| Lívia Rossa |
A fim de resgatar pacientes com doenças respiratórias em fase terminal, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre está atuando com o programa ECMO, sigla que em português significa “Membrana de Oxigenação Extracorpórea”. Apesar da técnica ter sido direcionada para pacientes com Covid-19 com insuficiência respiratória, cerca de oito pessoas, o ECMO já era aplicada desde 2012 no hospital em situações extremas.
Em entrevista para o Portal RDC, o professor de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maurício Guidi, afirmou que a técnica já foi utilizada em mais de 50 casos de pacientes com insuficiência respiratória refratária ao tratamento de ventilação mecânica.
O mecanismo é direcionado para enfermos do Sistema Único de Saúde (SUS), o que é inédito, em forma sistemática. Sendo um método de alta complexidade e também alto custo, consiste em utilizar uma espécie de “pulmão artificial” para preservar o pulmão debilitado dos pacientes colocando, assim, o pulmão verdadeiro em repouso.
O ECMO substitui a função do pulmão original, oxigenando o sangue do paciente e funciona como um resgate.
“O ECMO é um resgate, ele não é o tratamento em si. Resgatamos esse paciente e damos condições para que ele recupere o pulmão. O ventilador mecânico fica com um fluxo muito baixo, apenas para tentar manter o pulmão aberto”, afirma Saueressig.
Segundo o estudo, quando o ECMO é instalado, há chances de recuperação de pelo menos de 50 % – 60 % dos pacientes. O Hospital de Clínicas oferece o resgate com seus próprios recursos e também conta, eventualmente, com financiamento de pesquisa para compra de insumos.
A expectativa é a sensibilização dos gestores públicos para que a tecnologia seja definitiva como recurso terapêutico auxiliar também para pacientes do SUS.