Mosquito se prolifera em locais de água parada. Foto: Reprodução.

 

Nesta terça-feira (14), o Governo do RS divulgou em suas plataformas um alerta, para que a população tome cuidado redobrado com a dengue. A doença não deixa de ser um problema no inverno, ainda que o ciclo de desenvolvimento do mosquito seja mais lento e o número de casos, menor, mas todos os cuidados que valem para o verão seguem importantes durante as estações mais frias. Neste ano, segundo o Governo, isso é ainda mais relevante devido ao acúmulo de água nos entulhos das áreas atingidas pelos eventos meteorológicos que afligem o Rio Grande do Sul. Esses locais podem aumentar o número de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

A Secretaria da Saúde (SES) também ressalta o cuidado com sintomas como febre alta, cefaleia, erupções cutâneas e dores musculares. “A dengue tem um período de incubação de até 15 dias. Logo, há pessoas que foram picadas antes das enchentes que estão começando a sentir os sintomas agora. Por isso, é necessário procurar profissionais de saúde nos serviços que estejam abertos ou mesmo nos abrigos”, explica a bióloga do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Valeska Lizzi Lagranha. Outra recomendação para sintomáticos é, dentro do possível, ingerir bastante água.

As enchentes podem causar problemas imediatos como lesões de pele e infecções. Após alguns dias iniciam os agravos relacionados diretamente às enchentes – caso da leptospirose, da hepatite A, do tétano e de acidentes com animais peçonhentos. “Por último, após as águas baixarem, podemos ter um aumento nos casos de dengue, caso as temperaturas favoreçam, pois criam-se depósitos nos entulhos deixados, os quais servem de criadouro”, reforça Valeska.

A orientação, nessas situações, é que a população elimine os criadouros – dentro do possível, já que muitas vias públicas também estarão afetadas –, não deixando água acumulada nos recipientes e eletrodomésticos que foram estragados e viraram entulho após a enchente.

Principais sintomas da dengue:

  • febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias;
  • dor retro-orbital (atrás dos olhos);
  • dor de cabeça;
  • dor no corpo;
  • dor nas articulações;
  • mal-estar geral;
  • náusea;
  • vômito;
  • diarreia;
  • manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.

Medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes – como a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada – impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o mosquito. Sendo assim, é pedido constante em abrigos que estão acolhendo pessoas neste momento difícil que vive o RS.

Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou mais de 116 mil casos confirmados e 138 óbitos por dengue, com dados até esta terça-feira (14/5). São os maiores números já registrados da doença em um ano, apesar de ainda ser metade de maio.

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