| Paulo Nunes |
A Polícia Civil (PC) apresentou na manhã desta segunda-feira (13) o resultado das investigações sobre o caso envolvendo a morte de uma mulher de 26 anos ocorrida após o desabamento de um deque durante uma festa na Ilha das Flores, em Porto Alegre, em julho. A mulher foi identificada como Ana Elisa Andrade Genaro Oliveira, que ficou submersa na água e chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos um dia após a queda.
De acordo com a PC, 38 pessoas foram indiciadas pelo crime de infração de medida sanitária preventiva (artigo 268 do Código Penal), que prevê pena de um mês a um ano de prisão. Do total de indiciados, cinco foram colocados como responsáveis pela estrutura. Ainda de acordo com a Polícia, o locatário do espaço, a proprietária e marido dela foram acusados de dolo eventual, pois sabiam que o local estava deteriorado e assumiram o risco de um possível acidente com a realização do evento.
O organizador da festa e um bombeiro civil foram denunciados por homicídio culposo. A Polícia acredita que eles deveriam ter solicitado alvarás que pudessem permitir a realização do evento. A investigação mostrou que, conforme o número de pessoas que estivessem no evento, os donos receberiam uma bonificação financeira. No dia do evento, um domingo, havia no local entre 80 e 120 pessoas.
As perícias do Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluíram que uma falha estrutural e a deterioração causaram o desabamento do deque.
Sem alvará
Ao longo das investigações policiais, coordenadas pela delegada Laura Lopes, foi provado que o local possuía um alvará para funcionar como restaurante e pizzaria, não sendo possível – e legal – a realização de festas.
Segundo a prefeitura de Porto Alegre, o restaurante Bistrô Marina das Flores havia sido interditado em janeiro deste ano, quando uma festa irregular foi promovida para mais de 80 convidados.
Próximos passos
O inquérito policial foi remetido para a Justiça ainda na sexta-feira (10) e nenhum pedido de prisão por medida cautelar para os indiciados foi feito.
Foto: Paulo Nunes