| Alice Ros |

A hipótese de privatização da Carris segue em pauta na Prefeitura de Porto Alegre. O prefeito da capital, Sebastião Melo (MDB), já dava indícios na campanha eleitoral de que poderia considerar a venda da empresa, caso as propostas apresentadas resultem em investimentos positivos.

Cinco dias após a posse, formalizada em 1° de janeiro na Câmara de Vereadores, o secretário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Luiz Fernando Záchia, afirmou que o governo mantém a possibilidade de privatização.

Em entrevista ao Portal RDC (06), Záchia disse que ainda não definiu os novos diretores da Carris e da EPTC e que a decisão implica em “achar o ponto de equilíbrio” da capital.

“A Carris tem uma discussão interna de governo. O prefeito, de uma maneira muito transparente, sempre disse ‘olha, eu vejo como possibilidade a própria privatização da Carris’. Ele [Melo] não exclui a hipótese dessa discussão”, garantiu o secretário.

“Nós temos um grande desafio, que é equacionar a questão do transporte urbano. Nós temos um segundo desafio: viabilizar uma empresa pública. Não é justo que essa empresa pública dê prejuízo para a sociedade”, disse Záchia, ressaltando que “precisamos repensar o sistema, porque ele está a caminho de um colapso. Não haverá subsídio do poder público para o transporte”.

Záchia defendeu uma “discussão madura” na Câmara Municipal para debater mudanças no sistema de transporte coletivo, como a presença ou não de cobradores de ônibus e alterações no valor da tarifa.

O secretário também disse que as medidas restritivas no transporte coletivo, como bloqueio do cartão TRI em horários de pico para pessoas com mais de 65 anos e estudantes, foram projetadas para diminuir a circulação da Covid-19.

“Os estudantes não estão tendo aula, então não há necessidade de usar o coletivo. Os idosos são grupos de risco. Por isso, queremos preservar a vida dos idosos. Na medida em que se libera todos esses horários, há uma necessidade maior de colocar ônibus e isso significa custos. É um momento de olhar a pandemia sem ter prejuízo”, justificou. Záchia ainda classificou a limpeza dos coletivos como “sistema de higienização espetacular”.

A entrevista completa está disponível no Facebook da RDC TV (facebook.com/rdctvdigital).

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