| Alice Ros |
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) revelou, em entrevista coletiva virtual realizada na manhã desta quinta-feira (11), desvio no valor de R$ 340 mil pela gestão do Sport Club Internacional durante os anos de 2015 e 2016.
A denúncia inclui um dirigente do Inter no biênio 2015/2016 e quatro empresários da área de turismo por organização criminosa, estelionato e ocultação de bens. Outro integrante que atuava na gestão foi denunciado por estelionato e ocultação de bens. A esposa do acusado vai responder por ocultação de bens.
A Operação Rebote está na quarta fase, denominada Operação Prorrogação. Nela, além da investigação dos dirigentes do clube por desvios de recursos e lavagem de dinheiro, são investigados empresários do Paraná e de Porto Alegre. Nas outras fases, o órgão investigou irregularidades no setor administrativo-financeiro, jurídico e de futebol.
Os nomes dos investigados não foram divulgados pelo MP-RS por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
O dinheiro desviado teria sido empregado na compra de um veículo e em viagens familiares. A quantia, segundo apuração do MP-RS, teria sido usada em um esquema envolvendo empresas de turismo.
“A questão do Internacional foi dividida em núcleos, núcleo administrativo-financeiro, núcleo jurídico, núcleo futebol e agora o núcleo agência de viagem. Então, é a quarta denúncia que o Ministério Público está oferecendo. Em todas elas teve o mesmo modo de operar, ou seja, no sentido de criar despesas com relação a serviços não prestados e obras não realizadas, pegando o retorno desses recursos para se locupletar”, disse o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público, Marcelo Lemos Dornelles.
De acordo com o promotor Flávio Duarte, os valores já apurados são uma amostragem do desvio.
“Há circunstâncias que indicam claramente que este valor é uma amostragem do que ocorreu na questão do turismo, até porque os contratos e valores que giraram ali foram de um pouco mais de R$ 2 milhões”, explicou.
Na denúncia, o promotor alega que um dos dirigentes do alto escalão arquitetava os desvios do clube através de artifícios administrativos e contábeis. Segundo o MP-RS, o grupo utilizava notas fiscais e documentos fraudulentos para comprovar serviços turísticos que não foram prestados. Posteriormente, os recursos eram encaminhados para outras finalidades, como compra de passagens de avião, de um cruzeiro para o Caribe, pagamento de hospedagem em hotel luxuoso e ceia de réveillon do dirigente.
Foto: Divulgação/Sport Club Internacional