Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

No último dia 20 de outubro foi comemorado o Dia Mundial da Osteoporose, uma data reservada para a conscientização de uma doença que afeta, principalmente, as pessoas idosas. Uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens sofrerão uma fratura por osteoporose depois dos 50 anos.

Cerca de 20% a 30 % dos pacientes com fratura do quadril no idoso vão a óbito após um ano da fratura.

Paulo Viana entrevistou o Dr. Marcos Paulo de Souza, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Mãe de Deus e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia no Rio Grande do Sul (SBOT-RS), que respondeu algumas das perguntas mais frequentes sobre o tema.

O que é osteoporose?

Osteoporose é uma doença silenciosa que se caracteriza por perda de massa e deterioração da qualidade óssea, deixando os ossos mais frágeis, porosos e com risco maior de fraturas. Principalmente em mulheres em pós-menopausa.

Como ocorre a osteoporose e quais são os fatores de risco?

Com o envelhecimento, há uma redução nos níveis do hormônio estrogênio, que faz com que o depósito de minerais e cálcio nos ossos não ocorra de forma eficiente, deixando os ossos mais enfraquecidos. Como fatores de risco, podemos citar: baixo consumo de cálcio e vitamina D na dieta, tabagismo e ingestão de álcool, vida sedentária sem atividade física, diabetes e artrites.

Quais são os tipos de osteoporose?

Basicamente, existem dois tipos de osteoporose: a primária e a secundária. Há também a idiopática, mais rara.
Primária: é o tipo mais comum, que acomete 95% das vezes, em mulheres, e 80% das vezes em homens. Secundária: está associada à doença clínica, distúrbios hormonais, reumatismo, problemas intestinais, uso de medicamentos e câncer.

 Quais são as causas da osteoporose?

A osteoporose surge quando há um desequilíbrio entre a formação e a absorção óssea. Neste caso, maior absorção. Fatores genéticos, sedentarismo, deficiência de cálcio e de vitamina D na dieta são os principais causadores de osteoporose. As mudanças hormonais na menopausa e baixa produção de estrogênio influenciam diretamente na doença.

Quais são os principais sintomas de osteoporose?

É uma doença silenciosa, o que não causa sintomas de doença. É comum descobrir a osteoporose quando ocorre fratura com traumas leves, ou, às vezes, sem trauma, nos casos de fratura da coluna do idoso por insuficiência.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento da osteoporose?

É feito por análise da história do paciente, exames clínicos, de laboratório e a avaliação específica chamada densitometria óssea – solicitada para mulheres aos 45 anos e para os homens em torno dos 60 anos.

A osteoporose tem cura?

O tratamento para a osteoporose é realizado por meio de uma dieta rica em cálcio, vitamina D e proteínas. Também atividade física regular, exposição ao sol, sono regular, não fumar e não ingerir bebida alcoólica. Para graus mais avançados, suplementos com cálcio e vitamina D, com prescrição médica, ou ainda medicação com protocolos definidos, como bifosfonados, entre outros.

Onde costumam ocorrer as fraturas?

As fraturas são mais comuns em coluna vertebral, punho, bacia e fêmur proximal.

Qual é a relação entre osteopenia e osteoporose?

Osteopenia é uma condição que antecede a osteoporose. Perda óssea leve com condições de reversão mais rápida. E, se não tratada, evolui para grau de osteoporose.

Por que a osteoporose é mais comum entre as mulheres?

A osteoporose pode ocorrer em ambos os sexos, porém, há maior incidência nas mulheres, principalmente na pós-menopausa. Quando ocorre a queda de estrogênio, induz e acelera a reabsorção óssea, perda óssea e fragilidade. Nos homens, esta perda é mais tardia, a partir dos 60 anos, também devido à diminuição do hormônio testosterona, que interfere na absorção óssea.

É possível retardar o seu risco desde a infância?

A dieta rica em cálcio na infância parece servir como fator protetor para osteoporose na vida adulta.

Pacientes com osteoporose não podem praticar exercícios físicos?

A atividade física no paciente com osteoporose é, sim, recomendável, melhora força muscular, tônus da musculatura, equilíbrio e qualidade óssea e evita o risco de quedas.

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