O “Diagnóstico de extração, processamento e comercialização de produtos oriundos de butiazais no RS” é resultado de uma pesquisa realizada entre  de julho de 2020 a junho de 2021. Com uso ainda restrito, a fruta tem uma potencialidade que poderia ser uma fonte de renda para produtores do Rio Grande do Sul. E a palmeira nativa do Estado (butiazal) está ameaçada de extinção. Pensando nisso, nasceu o trabalho de pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (DDPA/Seapdr), coordenado pela médica veterinária, mestre em Desenvolvimento Rural e doutora em Gestão, Larissa Ambrosini.

Agora pesquisa está na fase de geração de resultados, que serão divulgados no ano que vem, por meio de artigo científico e outros materiais gráficos. “Foi muito gratificante de ser executada. E foi graças a um convênio entre a Seapdr e a Emater/RS-Ascar”, explica Larissa. “A extensionista rural da Emater e mestre em Ciências e Tecnologia dos Alimentos, Bruna Bresolin Roldan, e os técnicos foram essenciais para a coleta de dados e para a geração dos resultados obtidos”.A pesquisadora conta que existem oito espécies da palmeira no Estado, e elas estão em ameaça de extinção porque o seu habitat está sendo pressionado, tanto pela expansão da agricultura e da pecuária, quanto pela expansão urbana.

Para o estudo, foi usada como base a Circular Técnica 26 da Fepagro, organizada pelos pesquisadores Adilson Tonietto, Gilson Schlindwein e Solange Machado Tonietto, e publicada em 2009. Conforme ela, estudos apontam que as oito espécies registradas de butiás no Rio Grande do Sul são consideradas ameaçadas de extinção. O extrativismo do butiá, no entanto, pode ser considerado uma alternativa para estimular a preservação dessas espécies.

Historicamente, o butiá já desempenhou papel relevante na economia do Estado: a extração era utilizada para confecção de colchões e estofarias entre os anos de 1927 e 1950, e provavelmente garantiu a preservação de extensas áreas de butiazais.

O estudo mostrou que há presença de butiazais (incluindo lugares que não coletam ou utilizam) em 28.016 propriedades no Estado. Há maior número de propriedades com butiás na região Noroeste, seguido da mesorregião Centro-Oriental; e da mesorregião Metropolitana. “Isso é condizente com a estrutura fundiária do Estado. São as mesorregiões onde há maior número de propriedades rurais e com menor tamanho. A gente nota que a presença de butiazais não obedece a essa mesma proporção”, comenta Larissa.

Outro dado levantado foi que a maior quantidade de produção e destinação de produtos oriundos do butiazal é pra autoconsumo. E o maior uso é sem processamento algum, que é o uso da fruta in natura. Depois vem o uso da fruta para fazer suco e também para fazer cachaça ou licor.

 

Fonte: Seapdr RS
Foto: Fernando Dias/Seapdr

 

 

 

 

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