[Por Luiza Schirmer]

Sorrisos, seriedade e promessas marcaram o lançamento do plano Ação Rua promovido pela Prefeitura de Porto Alegre na manhã desta terça-feira (17), no Abrigo Marilene, na Avenida Getúlio Vargas. Com a presença de autoridades do governo municipal e representantes de entidades diversas, o projeto tem como objetivo estabelecer um plano de metas para reduzir o total da população em situação de rua nos próximos 4 anos.

Para viabilizar o plano e compreender as necessidades mais urgentes, a prefeitura levou em conta um estudo feito pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) no primeiro trimestre deste ano. A pesquisa apontou que Porto Alegre tem hoje cerca de 2,5 mil pessoas vivendo em situação de rua, considerando que foram realizadas cerca de duas mil abordagens. Destas, 87%  seguem com o acompanhamento da equipe de abordagem e 13% foram novos cadastros. A região do Centro Histórico concentra a maior parte dessa população, seguida pelos bairros Glória, Cristal, Cruzeiro e Restinga.

“Nós estamos implementando um reforço no centro da cidade “, comenta Cátia Martins, presidente da Fasc. Segundo ela, muitas pessoas em situação de rua acabam tendo que se deslocar até os Centos Populares, situados próximos à prefeitura, para ter acesso à banhos e atendimento psicossocial. “Por esse motivo, também solicitamos que o atendimento a essas pessoas seja territorializado”, ressalta.

Ainda segundo o levantamento, de um total de 887 primeiras abordagens, 116 foram situações de saúde mental e 367 casos envolveram uso de psicoativos registrados. Mais de 50% dessas pessoas estão há menos de dois anos vivendo nas ruas. Foram cadastrados 108 idosos, 262 mulheres, 120 entre 18 e 24 anos e 28 transexuais.

Para o secretário Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), Léo Voigt, que apresentou o projeto, a primeira etapa consiste em vincular 100% da população de rua a algum serviço de Assistência Social ou Saúde. “Porto Alegre tem 3.400  trabalhadores de assistência social e 125 profissionais dedicados a fazer a abordagem de rua”, relata o secretário. “Essas equipes estavam desmotivadas e desassistidas, e nós precisamos oferecer o acompanhamento e apoio necessários para que executem a sua função”.

Ainda que quatro anos pareça um prazo razoável para execução do plano, a população de rua tem pressa. Sob olhares resignados, basta uma volta rápida pelas avenidas da capital para entender que os sorrisos e promessas ainda têm um longo caminho a percorrer. Caminho esse que vai desde o prédio da prefeitura até as lonas da Voluntários da Pátria, na entrada da cidade.

 

Foto: Cesar Lopes / PMPA

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