O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, decretou situação de emergência em saúde pública para enfrentamento da dengue. A medida está publicada em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) desta segunda-feira, 22. A Capital registra quatro óbitos por dengue até o momento.
A decisão considera o cenário e risco epidemiológico da doença e vale para outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como zika e chikungunya. “Porto Alegre tem realizado grande esforço para reduzir o número de casos da doença, seja no monitoramento de pacientes suspeitos na emergência e priorização do atendimento de casos suspeitos, com início imediato de medidas de hidratação com soro e coleta laboratorial”, afirma o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.
A Capital tem 2.227 casos confirmados de dengue em 2024 até o dia 20. Do total, 1.997 foram contraídos na cidade (autóctones), 130 são importados (infecção fora da cidade) e 100 têm local de infecção indeterminado. O total de ocorrências suspeitas notificadas à Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alcança 20.646 no ano.
Em 2023, no mesmo período, foram 2.969 notificações e 2.097 casos confirmados. Os números são parciais e estão sujeitos à revisão.
Os dados estão no boletim epidemiológico publicado pela Diretoria de Vigilância em Saúde da SMS. O levantamento apresenta informações cumulativas até a semana epidemiológica 16 de 2024 (dados cumulativos, até 20 de abril, atualizados em 22 de abril).
A faixa etária dos 21 a 30 anos ainda mantém a maior proporção dos casos confirmados (16,9%), e a maioria dos pacientes são do sexo feminino (53,8%). Os principais sintomas relatados são febre, mialgia (dor no corpo) e cefaleia (dor de cabeça), seguido por náuseas.
Em relação à distribuição dos casos pela cidade, os bairros com incidência acumulada de mais de 300 casos por 100 mil habitantes são: São João, Higienópolis, Jardim do Salso, Rio Branco, São Geraldo, Teresópolis, Pedra Redonda, Agronomia, Tristeza e Auxiliadora. Ao todo, casos de dengue foram registrados em 92 dos 94 bairros até a SE 16, evidenciando a necessidade de manter e reforçar a atuação sobre os reservatórios de mosquitos em cada região.