Foto: Reprodução

A Amazônia registrou um aumento de 286% nos focos de queimadas em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados estão no Monitoramento dos Focos Ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram atualizados até o último domingo (25).

Conforme o Inpe, a Amazônia registrou 2.838 focos de calor em fevereiro de 2024. No mesmo período do ano passado, o número de focos no bioma foi de 734. Houve, portanto, uma alta significativa nas queimadas.

Romulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, frisa que a Amazônia não pega fogo sozinha e as queimadas no bioma, em especial em Roraima, são causadas pela ação humana.

“A origem das queimadas na Amazônia este ano é igual a dos outros anos. A floresta amazônica é uma floresta tropical úmida e não pega fogo ou é muito raro que pegue fogo de forma natural”, enfatiza Romulo Batista.

Os dados do Inpe para fevereiro ainda não estão fechados, visto que o mês ainda não terminou. No entanto, o número de focos de queimadas deste ano para o período já supera aqueles registrados nos últimos sete anos.

Fogo em Roraima

Roraima foi a unidade da federação com o maior número de focos de queimadas registrados ao longo de fevereiro deste ano. O estado teve, até o último domingo, 1.981 focos de calor. Os municípios que registram o maior número de focos de queimadas também estão em Roraima. São eles: Mucajaí, Caracaraí, Amajari, Rorainópolis, Iracema, Alto Alegre, Cantá, Bonfim e Boa Vista, capital do estado.

Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas Fogo, explica que o grande número de focos de calor em Roraima é resultado do manejo do fogo realizado no estado.

Ainda segundo a diretora de ciência do Ipam, o fenômeno climático El Niño também é um dos responsáveis pelo aumento significativo das queimadas no bioma amazônico. De acordo com ela, o fenômeno ganhou grande proporção ainda no ano passado, o que influenciou no aumento dos focos no começo de 2024.

“Isso tudo afeta o sistema climático global e tem o efeito de potencializar esses eventos climáticos que geraram uma condição de altas temperaturas e seca em algumas regiões do planeta, prioritariamente o norte da Amazônia”, afirma Ane Alencar.

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