De acordo com um estudo publicado pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, mais de 4.500 profissionais de saúde morreram por conta da covid-19 entre março de 2020 e dezembro de 2021. Desses, 80% eram mulheres.
A análise mostra que os profissionais morreram em proporção maior que a população geral, especialmente nos meses em que faltaram equipamentos de proteção individual para esses trabalhadores. Além disso, o impacto foi maior nos cargos com menores salários e mais próximos à linha de frente no combate à doença, ou seja, proporcionalmente, morreram mais técnicos de enfermagem (70% dos profissionais de saúde mortos), seguido por enfermeiros (25%) e médicos (5%).
O relatório mostra que 1.184 enfermeiros foram à óbito por conta da covid-19, o que pode ter impactado diretamente no atendimento de 21.312 pacientes, pois de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), cada enfermeiro atende, em média, até 18 pacientes. “Apesar de os dados serem incompletos, é possível ver por meio deles o quanto os profissionais da saúde foram atingidos no começo da pandemia por estarem mais expostos”, comenta o jornalista de dados Marcelo Soares, responsável pela análise.
O relatório cruzou dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e Registro de profissionais do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Cofen.