| Gabriela Porto Alegre |

Diante do preocupante aumento no número de internações por covid-19 no Estado, o governador Eduardo Leite anunciou, nesta quinta-feira (25), em reunião virtual com a Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), a suspensão provisória do sistema de cogestão do modelo de distanciamento controlado por uma semana para frear a disseminação do vírus, além de acionar, junto à Secretaria Estadual da Saúde (SES), a fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado ainda no início da pandemia. Com a decisão, as regiões deverão seguir as bandeiras originais que receberam na última rodada do distanciamento controlado.

Durante a reunião com os prefeitos, o governador gaúcho mostrou preocupação com o crescente aumento da curva de internações e contaminações no Rio Grande do Sul e defendeu a suspensão da cogestão pelo período de sete dias, para que, posteriormente, os indicadores sejam reavaliados.  “O quadro é grave agora. O vírus circula como nunca se viu aqui no Estado e  a curva de internações não para de subir. Sugiro a suspensão por uma semana, de sábado (27) agora até o domingo (7) da outra semana. Não podemos deixar de agir, e precisamos agir de forma coordenada”, disse Eduardo Leite, ao complementar a importância da adoção da medida neste momento. “É nossa obrigação efetivamente conseguir criar uma consciência coletiva de que o momento é absurdamente excepcional. Quase um ano de pandemia e as campanhas de conscientização não são mais suficientes”.

A secretária de Saúde, Arita Bergmann, reforçou a preocupação com um possível colapso no sistema de saúde, já que atualmente os hospitais gaúchos operam com mais de 90% de sua capacidade. “Não haverá leitos suficientes para atender a demanda que é crescente. O aumento é muito maior do que qualquer possibilidade de atendimento. Temos 4.925 gaúchos internados por covid-19, se nós fossemos fazer um paralelo com os municípios, 230 municípios têm menos população do que esse número de internados”, exemplificou.

Com o acionamento da fase 4 do plano de contingência hospitalar, a ideia é de que procedimentos eletivos sejam suspensos para que todos os esforços sejam focados em pacientes com coronavírus.  “Usem toda a estrutura do hospital, usem o bloco de cirurgia, as salas de recuperações. Vamos criar ambientes para receber mais gente, tudo aquilo que for possível. Esgotamos inclusive a possibilidade de buscar qualquer outra alternativa para acolher as pessoas, especialmente nas UTIs”.

Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

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