| Alice Ros |

Segundo levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisa do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas POA), 24% dos porto-alegrenses conseguiu guardar dinheiro desde o início da pandemia de Covid-19. 

Dos entrevistados que economizaram, 87,5% disse que pretender gastar a quantia após o fim do isolamento, enquanto 8,3% já tinha o hábito de poupar e 4,2% teve algum parceiro desempregado. Para 76% dos moradores da capital gaúcha, não foi possível diminuir os gastos. 

A pesquisa ainda mostrou que 33% dos participantes pretendem fazer algum tipo de investimento financeiro, 29,1% deseja viajar e 12,5% quer comprar carros ou imóveis. Sobre a relação financeira das famílias durante a pandemia, 37% disse que continua na mesma situação, 33% está um pouco pior, 24% significadamente pior, 5% um pouco melhor e 1% significamente melhor.

Segundo Carlos Klein, diretor de Marketing do Sindilojas Porto Alegre, a expectativa é de retomada econômica para os próximos meses. Com a reabertura do comércio na capital, o feriado de Dia das Crianças tende a impulsionar as vendas. “Tudo aponta para ser a melhor data comemorativa do ano. Estamos com as lojas abertas, todas as lojas do varejo funcionando, embora tenham algumas restrições. É a primeira data forte do ano que tem o comércio aberto”, disse. 

“Você vai entrar em um shopping para comprar um presente para uma criança e já vai aproveitar para passar em outras lojas. Como tem a demanda reprimida de meses e meses que as pessoas não compram, agora, tendo essa necessidade de ir comprar um presente e tendo muitas oportunidade de promoções, as pessoas devem aproveitar para fazer compras”, estima o diretor de Marketing.

O retorno das atividades comerciais também favorece as liquidações. Na opinião de Klein, a variação de preços ocorre por dois aspectos. “Quem tem estoque do ano passado ou do início do ano está fazendo bastante promoções. Tem o aspecto, também, de aumento de fluxo, muito dos itens importados e do aumento do dólar, e também matérias primas que faltam no mercado. Tem uma pressão por custo de quem está comprando mercadoria nova”, acrescenta.

Ainda de acordo com Klein, “o consumidor tem que bater o pé e procurar bem, porque tem oportunidades para todo mundo”.

Os setores que comercializam itens essenciais, como mercados e farmácias, estão entre os menos atingidos pela pandemia. O comércio, no entanto, está entre os que mais perderam faturamento. 

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