| Lívia Rossa |

O vice-prefeito de Porto Alegre Gustavo Paim, em entrevista para o programa Portal RDC, nesta quinta-feira (18), demonstrou insatisfação em relação às medidas tomadas pela própria Prefeitura em relação ao novo coronavírus. Paim afirma que em primeiro momento a cidade tomou medidas de maneira assertiva, como uso obrigatório de máscaras e ações de segurança no transporte público, mas que agora afrouxa a fiscalização das restrições. 

O dirigente criticou a atitude do prefeito Nelson Marchezan em afirmar que não há comprovação científica sobre o uso de máscaras para o combate da Covid-19, o que, em sua opinião, desorienta a população sobre as medidas corretas a serem adotadas. Ele também é contra a atitude “de se vangloriar ao mostrar o fechamento de estabelecimentos”, pois acredita que “o ambiente para o empreendedor em Porto Alegre é hostil”. 

Ele afirma que as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da Capital já estão lotadas e que a situação crítica decorrente de doenças respiratórias já é comum em épocas normais, por conta do inverno, mas que em função do novo coronavírus, se não houverem cuidados, a situação deve ser ainda mais alarmante. 

A cada fim de semana, parques e pontos turísticos da capital, como a Orla do Guaíba, estão repletos de visitantes que passeiam sem máscaras. O mesmo ocorre no transporte público, onde pessoas acabam pegando veículos com aglomeração.

O vice-prefeito também criticou a falta de posição mais incisiva da Prefeitura que, em sua opinião não está sendo mais severa em relação às aglomerações e acaba causando desorientação na população.

Ele também se diz contrário a posição de evitar o funcionamento de atividades como advocacia, principalmente no momento atual, na qual “no meio de uma pandemia muitas pessoas precisarão de ajuda da justiça, como no caso de entraves no recebimento do auxílio emergencial, e não terão onde procurar ajuda”, afirma. 

Nesta quarta-feira (17), um decreto havia modificado um inciso que restringia o desempenho de escritórios de advocacia, mas a decisão foi cancelada. O único serviço que poderia ter continuado seria o de contabilidade, em função do fechamento de Imposto de Renda. Paim afirma que conversou com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB-RS) Ricardo Breier e que ambos teriam achado absurda a decisão.

Créditos foto: RDCTV/Divulgação

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