A justificativa seria de que a defesa de Bolsonaro não teve acesso a todo o material do processo | Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A pedido da Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro deveria depor no próximo dia 22 a respeito da tentativa de golpe de Estado, porém sua defesa pediu que o depoimento fosse adiado. A justificativa seria de que a defesa de Bolsonaro não teve acesso a todo o material do processo.

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Bolsonaro afirmaram que ele “opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”.

Na petição, os defensores do ex-presidente destacam que a decisão que autorizou a operação sobre o tema há duas semanas “contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje”.

Os advogados do ex-presidente afirmaram que ele tem “total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência”. Mas que, neste momento, buscam preservar o direito à ampla defesa.

Além do pedido de adiamento do depoimento, os advogados também reforçaram solicitação de acesso à delação premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens da presidência, Mauro Cid.

Operação Tempus Veritatis

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada no último dia 8 e teve como alvos, além do ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

Desdobramentos de inquéritos que tramitam no STF- o principal deles sendo o das milícias digitais-, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posso do presidente Lula.

 

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