Ex-presidente assumiu o comando do banco ontem (28). Foto: Divulgação/New Develop Bank
A chegada de Dilma à presidência do Banco do Brics foi articulada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pela regra de rotatividade, a presidência do organismo deveria ficar com um indicado pelo Brasil até 2025, mas como Troyjo havia sido um nome apontado pelo governo anterior, o consenso foi de que Lula poderia indicar um novo nome.
Marcos Troyjo anunciou, no início de março, que renunciaria ao cargo, abrindo caminho para que Dilma pudesse ser indicada à presidência.
Na eleição que definiu Dilma como nova presidente do banco, não houve nenhuma outra candidatura.
O futuro político vinha sendo debatido por ela e outros membros do entorno de Lula desde que o petista venceu as eleições.
Houve especulações de que ela poderia assumir alguma embaixada, mas havia o temor de que se eu nome pudesse enfrentar resistências durante a sabatina e a votação no Senado necessárias para chancelar a indicação presidencial.
Em fevereiro deste ano, Lula defendeu abertamente a ida de Dilma para o comando do banco.
“Se ela for presidente do banco dos Brics, será uma coisa maravilhosa para os Brics, sabe, será uma coisa maravilhosa para o Brasil”, disse.
A oposição ao governo, porém, criticou a indicação.
O ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), senador Ciro Nogueira (PP-PI), questionou, em suas redes sociais, o nome da ex-presidente.
“Você entregaria um banco para a Dilma administrar? Ainda mais se fosse do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul? Às vésperas de embarcar para os EUA, só podem estar declarando guerra aos Brics. Dilma lá quintuplica a meta…”, disse em uma postagem no Twitter.
Dilma Rousseff foi ministra nos dois primeiros governos do presidente Lula. Em 2010, com o apoio do petista, ela foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Em 2014, ela foi reeleita, vencendo o então senador Aécio Neves (PSDB).
Dois anos depois, em 2016, pressionada por uma crise econômica e pelas investigações da Operação Lava Jato, Dilma foi afastada da presidência durante um processo de impeachment. Ela foi a segunda presidente da República no Brasil afastada por impeachment. O primeiro foi o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB).