| Yasmin Luz e Lívia Rossa |

O programa Portal RDC desta segunda-feira (26), sob o comando do jornalista Claudio Andrade, apresentou debate entre os candidatos a vice-prefeito de Porto Alegre. Os onze postulantes participaram, de forma online. Em mais de três horas, eles falaram suas propostas, indagaram adversários e fizeram suas considerações.

No primeiro bloco, os candidatos sorteados previamente fizeram questionamento aos seus adversários: cada postulante teve direito a perguntar e responder uma vez. As perguntas tiveram 30 segundos de duração, 1min30s de resposta, 45 segundos para réplica e 30 segundos para tréplica.

Devido ao problema de energia, a candidata Carmen Santos, que chegou a se conectar, mas comunicou que não poderia mais participar. Os candidatos que perguntariam para Carmen tiveram o tempo resultante do somatório dos minutos em cada embate para comentário de tema livre.

O bloco foi pautado principalmente em perguntas que englobaram administração do Centro de Porto Alegre, aumento do IPTU, saúde pública, aumento de impostos, crise da educação e políticas públicas relacionadas.

Confira abaixo os principais pontos do primeiro bloco:

Fernando Soares pergunta para André Cecchini

Pergunta: O que será feito pela administração para alterar o Centro de Porto Alegre em favor dos comerciantes?

Resposta: Temos planos para melhorar o entorno do Centro, principalmente as praças do Mercado Público. Com a mudança de algumas centrais de ônibus, a reorganização do mercado de rua que está desorganizado de novo, valorizando todas as pessoas que transitam por lá. Quando assumirmos a Prefeitura pretendemos reorganizar todo o Centro.

Réplica: Vamos ter um comitê gestor com a participação de todas as secretarias de Porto Alegre para tratar do Centro de Porto Alegre, para limpar as ruas. Vamos trazer para esse comitê a Polícia Civil, a Brigada Militar, a Receita Estadual Municipal e Federal. Vamos combater fortemente a criminalidade no Centro de Porto Alegre. Vamos revitalizar a área e vamos ter um ponto de observação da Guarda Municipal com investimento em tecnologia e inteligência. Queremos que o Centro volte a ser da população e dos comerciantes.

Tréplica: São muito boas ideias que o senhor traz que seguramente devemos colocar em prática, em questão de acordo ao nosso Plano de Governo a necessidade de revitalizar o Centro.

Maria Luiza Loose pergunta para Ricardo Gomes

Pergunta: O aumento do IPTU para 338 mil imóveis de porto alegre, será de 100% até 2025. Ouvi falando que vão revogar aumento para imóveis comerciais. Para os residenciais vão deixar aumentar 100% o IPTU?

Resposta: Não, a nossa proposta é na revogação de todos imóveis de porto alegre seja comercial ou residencial. Isso porque as famílias empobrecidas por conta da Covid-19 e desemprego, as famílias não terão condições muitas delas do aumento de imposto sim, que em alguns casos vão aumentar mais de 100%. Imagina no final do ano pagar 13º e aumento exacerbado desse IPTU na gestão Marchezan. Vamos cancela e reduzir a alíquota dos IPTUS comerciais.

Réplica: Queremos fazer um estudo para ver como podemos proceder na questão do IPTU.

Tréplica: importante investimento em segurança, com certeza, eu mesmo fiz emenda que colocava dinheiro para Guarda Municipal nas ruas. No nosso governo o dinheiro para saúde vai para saúde, da educação vai para educação e da segurança vai para segurança.

Gustavo Jardim pergunta para Márcio Chagas

Pergunta: O que ele entende a respeito das “parcerizações” na saúde pública, nas iniciativas privadas, nas parcerias público-privadas. Qual seu sentimento e o que faria no governo?

Resposta: A maneira como o Marchezan tratou a saúde, principalmente nesse período da pandemia, foi um descaso total.

Essas parcerias seriam válidas se fosse passado todo esse investimento de R$ 3 milhões na valorização dos funcionários que estão na linha de frente tentando combater uma pandemia que ainda não acabou. E esse retorno, de tentar fazer as crianças retornem às escolas públicas é de uma insanidade total. É colocar em risco não só as crianças, suas famílias, mas também os professores e funcionários.

Réplica: Vejo que temos ideias completamente diferentes. O modelo da gestão Marchezan simplesmente permitiu com parcerias, com a Santa Casa, com o Hospital Vila Nova, com o Hospital Divina Providência, uma ampliação dos postos de saúde e dos atendimentos trazendo uma saúde pública eficiente a todos. Imesf não foi extinto pelo Marchezan, foi uma ordem judicial que nós cumprimos.

Tréplica: Marchezan, inclusive durante a pandemia, acabou fechando postos. O que faz com que a gente entenda que todo esse movimento atrapalhou e muito o combate à pandemia. Por mais que se tenha tido esse pensamento da parceria público-privado, ela não surtiu efeito e a população carente foi quem mais sofreu.

Ricardo Gomes pergunta para Gustavo Jardim

Pergunta: Governo Marchezan protagonizou maior aumento de impostos da história recente de Porto Alegre, tirando R$ 80 milhões do bolso dos porto-alegrenses para colocar no caixa da Prefeitura com esse aumento de IPTU. Ao mesmo tempo, perdeu quase R$ 300 milhões de reais para investimentos em saneamento e em obras. Qual a estratégia que o próximo governo pretende ter?

Resposta: O IPTU é um debate muito sério, mas está sendo conduzido de forma equivocada.Não há aumento de imposto algum. Aliás, há justamente a redução dos impostos para aqueles que mais precisam, nas áreas mais humildes ouve redução do IPTU e nas áreas mais nobres nós temos aqueles que pagam mais. Mas isso não é aumento de imposto, é uma adequação do valor do imóvel.

Réplica: Já sabemos o que esperar do Marchezan se ele vier a alcançar a Prefeitura de Porto Alegre novamente, novas revisões de plantas e novos aumentos de impostos maquiados com discurso de justiça fiscal.

Tréplica: Falei que o partido da coligação votou a favor dessa adequação da planta. Essa é uma adequação que deveria ter sido feita. Simplesmente atualizar o valor de um imóvel mantendo-se as alíquotas, não vejo como uma forma de aumento de impostos. É um valor que ingressa ao caixa da prefeitura para devolver à população.

Delegado Diogo pergunta para Alda Miller

Pergunta:  estamos passando por 3 grandes crises. A primeira é na saúde pública em razão do Corona vírus, a segunda e na economia em consequência do isolamento social que fechou varias empresas. A próxima crise que vai vir é da segurança. O que pretende fazer em relação a isso?

Resposta: é uma eleição atípica. Estamos vivendo ainda a pandemia e quem assumir essa gestão, assumirá talvez um pós-pandemia, ou ainda pandemia forte. Essas três áreas foram atingidas e receberemos o impacto disso no próximo ano. Não sei o tempo. Mas saúde temos estrutura, precisamos focar, investir nos postos, reabrir os postos que foram fechados, utilizar a estrutura que temos. Reestruturar o que já temos da saúde, com o pessoal, a saúde pra família, com pediatras em postos de saúde, ampliar. Temos que reforçar isso. E vem também toda parte de doença que estão reprimidos.

Réplica: vamos focar nas atividades preventivas.

Tréplica: tenho a certeza que sera uma contribuição incrível, importantíssima para porto alegre. Para ser rápida e objetiva, pensamos por ai também, aumentar as videocâmaras porque temos poucas em relação a população. Guarda municipal deve ser aumentada e capacitada.

Miguel Rossetto pergunta para Professora Maria Luiza

Pergunta: A atual gestão transformou a escola pública em um local de conflito, não de educação. Como mudar esta situação e assegurar educação de qualidade?

Resposta: Isso é algo estrutural, precisamos dar uma atenção muito carinhosa e um olhar muito criterioso. Dessa forma, como podemos equacionar todos esses números que têm déficits dentro da educação. Incentivando, buscando recursos, ampliando as vagas, falando com a comunidade escolar e capacitando o corpo docente. Precisamos de escolas melhores estruturadas e pessoas qualificadas e precisamos de uma gestão que olhe a educação como prioridade.

Réplica: Temos um compromisso muito claro com a qualidade da educação fundamental da rede municipal. Respeito a professores e professoras, diálogo permanente com a rede e reorganização da rede municipal que já foi referência de qualidade nacional e internacional. Garantia do direito das crianças à pré-escola dos quatro aos seis anos. Ampliar a rede de pré-escolas com qualidade.

Alda Miller pergunta para Edelberto Mendonça

Pergunta: Com relação aos grandes eixos, problemas que alguém pegara na pós pandemia. Questão de emprego, geração de trabalho e renda, empresas que estão quebrando, o que sua gestão pretende fazer para recuperar as empresas?

Resposta: penso que nossa economia nesse momento de depressão deve ser aquecida de diversas formas. Acredito mais na microempresa do que na grande empresa. Penso que financiar empresas familiares, pequenos comércios, varejos, é uma forma muito importante de aquecer a economia. Precisamos de políticas que não sirvam só pra grandes empresários.

Réplica: há uma confusão de modo geral quando se fala em microcrédito. O pequeno empreendedor é menos que microempresa, não entrar no banco para pegar dinheiro.

Tréplica: de fato grande parte dessas pessoas estão na informalidade, essas pessoas precisam vir para dentro do estado de direito, precisam ser assistidas, acolhidas.

Edelberto Mendonça pergunta para Delegado Diogo

Pergunta: Porque o Cais Mauá nunca foi transformado em um ponto de lazer?

Resposta: É um desafio que administração pública tem pela frente. Vemos um descaso do Governo Estadual em desenvolver projetos mais efetivos nesse sentido. O Cais do Porto é um local extremamente importante aonde podemos realizar um trabalho para várias empresas, principalmente restaurantes.

Réplica: A lei Federal 12815 de 2013 diz que portos estão afetos à União. Me chama a atenção que candidatos tenham assinado documento se comprometendo a fazer todas essas obras no Cais Mauá sem consultar antes a União. Essa é uma promessa que as pessoas não poderiam cumprir.

Tréplica: Se existe essa legislação temos que trabalhar de acordo com essa legislação e o Governo Municipal e o Governo Estadual devem desenvolver um projeto junto do Governo Federal para resolver essa questão.

Márcio Chagas pergunta para Miguel Rossetto

Pergunta: Pandemia escancarou a desigualdade social e racial. Quais políticas públicas?

Resposta: Precisamos construir uma ideia de igualdade e convocar a cidade para combater suas desigualdades. Recuperar uma oferta de serviços públicos ao povo de Porto Alegre, como escola pública e infantil, reorganização do sistema de saúde público com qualidade e reorganizar rede de assistência social.

Réplica: O PT governou o Paço Municipal durante 16 anos, a presidência durante 13 anos e as políticas antirracistas se construíram através do Movimento Negro. Na sua estrutura não modificou basicamente nada, continuamos a mercê de um racismo estrutural. O que fazer para modificar isso em nossa cidade?

Tréplica: Avançamos no direito à educação. Hoje as universidades federais têm população negra superior à população branca. Isso é uma conquista na igualdade desse país. Nós temos compromissos com políticas antirracistas em Porto Alegre na ocupação dos espaços públicos, na disputa de uma cultura antirracista aqui em Porto Alegre.

Doutor André

Minha pergunta era sobre a reabertura das escolas. a pandemia foi muito mal conduzida em Porto Alegre. Tiveram várias oportunidades de mudar a conduta que estava sendo tomada. Fecharam precocemente, não prepararam a cidade para atuar durante a pandemia e não prepararam a cidade para a abertura das escolas, dos restaurantes e assim por diante. Entendemos que as escolas devem ter uma atenção especial pois as crianças são portadoras assintomáticas do vírus o que provoca uma grande contaminação entre ela. Não foi investido em planejamento e principalmente em diagnóstico.

Delegado Fernando

Vou falar sobre segurança pública. Em 2019 aumentamos o número de prisões em Porto Alegre. O prefeito Marchezan lança no seu horário dizendo que reduziu a criminalidade. Na verdade, ele pegou carona no programa do Governo do Estado. Segurança pública começa pela prevenção e não se fala no assunto sem urbanização da cidade. Queremos Guarda Municipal com serviço de inteligência forte, que tenha plano de carreira e planejamento estratégico.

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