A prefeitura de Porto Alegre começou uma operação pente fino nas escolas que receberam livros e computadores. O material é alvo de denúncias de desvio de dinheiro público. Funcionários da secretaria municipal de Educação devem visitar vinte escolas municipais por dia para verificar os estoques de material escolar comprado pela prefeitura.
Foram gastos mais de 100 milhões de reais com livros e notebooks, que foram encontrados num galpão da Smed. Por essas denúncias, foram protocolados dois pedidos de CPI para investigar as supostas irregularidades na compra de material escolar.
A procuradoria do Legislativo está avaliando os pedidos e deve responder nos próximos dias se a CPI vai ser presidida pela oposição ou pela base aliada do governo. Segundo o líder da oposição, uma grande quantidade de livros e de computadores estavam armazenados num local inadequado, em uma casa na Cidade Baixa.
“Estavam um galpão, mal acondicionados, com fezes de pombas. E a prefeitura ainda tentou culpar os diretores de escola o que é uma calúnia vergonhosa”, afirmou Roberto Robaina, vereador do Psol.
Sobre o uso de “laranjas” para desviar dinheiro na venda de material, a bancada aliada ao governo afirma que se trata de fake news a informação que uma sócia da empresa fornecedora é uma cartomante. “É uma fake news de quinta categoria. A dona da empresa tem pós-graduação, uma pessoa séria, a empresa é inidônea. Se uma sócia faz reiki nas horas vagas, que preconceito é esse? Isso é jogar mentira ao vento”, esbravejou a vereadora Fernanda Barth, do Podemos.
E teve vereador que assinou os dois pedidos de CPI, o que é permitido pelo regimento da Casa, segundo Thiago Albrecht, do Novo. “Má gestão, incompetência, me parece que já está consagrado. Agora precisa investigar se há dolo, se há crime”, destacou.