
Polícia indicia filho mais novo de Bolsonaro por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro | Foto: Reprodução / Redes sociais
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou nesta quinta-feira (15) a conclusão do inquérito vinculado à Operação Nexum, deflagrada em agosto do ano passado a fim de investigar um possível esquema de fraudes, estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Uma das pessoas envolvida é Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como seu instrutor de tiro, Maciel Alves.
De acordo com a PCDF, ao final da investigação, cujos detalhes estão sob sigilo, tanto Jair Renan quanto Maciel Alves foram formalmente acusados pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. O relatório final da investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 8 de fevereiro, informou a corporação. Cabe agora ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) analisar o caso e decidir se oferece denúncia contra ambos para que se instaure um processo penal na Justiça.
Ainda no ano passado, foi realizada uma operação policial de busca e apreensão contra os acusados. O inquérito apontava, de acordo com os investigadores, “para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas”. A Operação Nexum foi conduzida pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do DF.
Pessoa fictícia
As provas do inquérito mostram que Maciel Alves e um de seus comparsas criaram a falsa pessoa de nome Antonio Amancio Alves Mandarrari, cuja identidade sem validade foi usada para abertura de conta bancária e figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de “laranja”.
Os policiais civis ainda descobriram que os investigados forjaram relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se para isso de dados de contadores sem o consentimento deles, inserindo declarações falsas com o fim de alterar os valores reais das empresas.
Segundo os investigadores, o faturamento falso de R$ 4,6 milhões da empresa de Jair Renan foi usado como respaldo para o filho do ex-presidente conseguir empréstimo bancário, o que é considerado fraude fiscal.