Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração nesta terça-feira (5) sugerindo que os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não sejam divulgados publicamente, com o objetivo de evitar “animosidades”. Durante seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo Canal Gov, Lula enfatizou a necessidade de respeitar as instituições e destacou que não cabe ao presidente da República gostar ou não de uma decisão da Suprema Corte.

Lula expressou sua opinião, dizendo: “A Suprema Corte decide, a gente cumpre, é assim que é. Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, (seria) o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota o ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber, votou a maioria, cinco a quatro, seis a quatro, três a dois, não precisa ninguém saber.”

Ele acrescentou que essa medida poderia ajudar a evitar conflitos, argumentando que “Porque cada um que perde fica emburrado, cada um que ganha fica feliz. Então, pra gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Por que do jeito que vai, daqui a pouco o ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele.”

No mesmo programa, Lula expressou seu desejo de acabar com o ódio disseminado na política nos últimos anos e enfatizou a importância do respeito mútuo entre as pessoas.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também mencionou a possibilidade de deliberação dos tribunais superiores de forma privada, citando o exemplo da Suprema Corte dos Estados Unidos. No entanto, ele observou que esse debate não está na agenda do governo atual.

Vale destacar que em julho, o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua família foram hostilizados no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, na Itália, o que levou a investigações sobre os crimes de injúria, perseguição e desacato praticados contra o magistrado. As autoridades italianas autorizaram o envio das imagens das câmeras de segurança do aeroporto para o Brasil.

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