Mais da metade das assinaturas se deu pelo Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparando a atuação de Israel em Gaza ao Holocausto, a oposição ao governo protocolou um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo.

De acordo com a equipe da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que reuniu as assinaturas para o pedido, o documento foi oficialmente enviado à Câmara na quarta-feira (21).

Mais da metade das assinaturas se deu pelo Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, assinou o pedido, assim como os ex-ministros Ricardo Salles (PL-SP), do Meio Ambiente, e Eduardo Pazuello (PL-RJ), da Saúde, que atuaram na gestão do antecessor de Lula.

A lista foi marcada também por políticos oriundos de partidos da base governista, que ocupam ministérios no governo, como União Brasil (ministérios da Comunicação e Turismo), PSD (ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Pesca) e MDB (Cidades, Planejamento e Transportes).

Os parlamentares que assinaram o pedido, justificaram a ação pois a fala de Lula se enquadraria em crime de responsabilidade contra a existência política da União por “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.

Como fica

Mesmo com o alto número de assinatura em pouco tempo, a decisão de aceitar ou não o pedido cabe ao presidente da Câmara do Deputados, Athur Lira (PP-AL).

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de mais de 60 pedidos de impeachment, nenhum deles aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados.

Aliados de Lira afirmaram que o presidente descarta qualquer iniciativa de impeachment por conta das falas de Lula sobre o Holocausto. Além disso, acredita-se que não há embasamento técnico e jurídico com base apenas em uma declaração presidencial.

O impeachment em si é analisado pelo Senado e para que de fato aconteça, é preciso ter apoio de, pelo menos, 54 senadores.

Compartilhe essa notícia: