Diagnósticos corretos

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Marcelo Matias, demonstrou ontem, mais uma vez, conhecimento, clareza e lucidez na análise dos problemas provocados pela pandemia. Foi durante o programa Atividade, da RDC TV, apresentado por José Silvas.

Ponto a ponto

Alguns dos itens destacados pelo presidente Matias:

1)  As autoridades não cumpriram a promessa de ofertar mais 100 leitos de tratamento intensivo, feita há três meses.

2)  As estruturas dos Hospitais Parque Belém, Beneficência Portuguesa e da Álvaro Alvim poderiam estar sendo utilizadas, o que não ocorre.

3)  A informação inicial era de que seriam aplicados 500 testes por dia em Porto Alegre. Não passam de 150.

4)  As principais características da saúde pública são a universalidade, a qualidade e a capacidade de financiar os atendimentos. A paralisação das atividades econômicas provoca a falta de dinheiro para os governos.

Dúvida

Um telespectador da RDC TV, durante o programa Atualidade, perguntou: o que matará mais, o coronavírus ou o desemprego e a fome?

Os governantes precisam responder.

Além do limite

“Bolsonaro testa positivo para novo coronavírus.”

Resumo: brincou, desafiou, recusou-se a passar exemplos e se deu mal.

Contradição

Sem falar em voz alta, governadores e prefeitos insistem: mesmo tendo militares nos postos mais importantes, falta voz de comando que deve partir do Ministério da Saúde. Só ontem São Paulo esboçou coragem para cobrar publicamente.

Esperava-se mais

Os dirigentes da Organização Mundial da Saúde, escolhidos por critérios políticos, gostam muito de falar. Como se palavras substituíssem o encaminhamento de soluções. O desempenho se aproxima da cotação nada com coisa nenhuma.

Em busca

Para encontrar o novo ministro da Educação, o governo recorre a um potente sonar que percorre o país, emitindo sinais e captando ecos.

Até agora, os episódios envolvendo o setor permitem escrever o primeiro capítulo da novela A Volta dos que Não Foram.

Precisa acelerar

Uma das primeiras tarefas do futuro ministro da Educação será empurrar no Congresso a votação da continuidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que se encerrará em dezembro. O projeto se arrasta há cinco anos.

Há urgência

Em 2019, os 168 bilhões de reais distribuídos pelo Fundeb permitiram que 70 por cento das cidades brasileiras aplicassem o mínimo de 3 mil e 965 reais no ensino de cada estudante. O Fundo formado por tributos locais e complemento de 10 por cento da União.

Futuro em risco

Sem uma solução para o dilema, a extinção do Fundeb aprofundará o rombo no caixa dos mais de 5 mil municípios do país, pondo em risco o futuro de 20 milhões de alunos do ensino básico.

Mostrar serviço

O Congresso Nacional pretende servir bem embrulhado um factóide: a votação da reforma tributária a partir de agosto. Se em períodos normais o projeto não andou, imagine-se com a pandemia e as campanhas eleitorais.

Jogando para plateia

A maioria dos parlamentares diz que não aceitará o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, conhecida como imposto sobre cheques, cogitada pelo ministro Paulo Guedes. Pura conversa. Se o governo pressionar e retribuir com vantagens, aprovará. Como ocorreu em 13 de julho de 1993, quando foi criada pela primeira vez na forma de Imposto. Depois, houve várias renovações.

Outra tragédia

Um ano e meio depois do rompimento da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais vai receber 250 milhões de reais das multas aplicadas pelo Ibama à Vale, causadora de morte de 259 pessoas e o desaparecimento de mais 11. As famílias das vítimas continuam à espera das indenizações que não chegam. Vergonha incomensurável.

Para resolver

Estudo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto estimou que, para a universalização do saneamento até 2033, serão necessários 498 bilhões de reais em investimentos para expansão de infraestrutura. A divisão: 144 bilhões em distribuição de água e 354 bilhões em coleta e tratamento de esgoto. Os governos têm dinheiro para aplicar?

A aprovação da entrada do setor privado nas concorrências, ocorrida no Congresso, será o modo de começar a tirar a população que ainda vive nas condições do século 18.

Na contramão

Deng Xiaoping, chefe do Comitê Central do Partido Comunista da China entre 1978 e 1992, costumava dizer o que a esquerda brasileira se recusa a aceitar: “Não deve ser importante para a população se o serviço vai ser executado por empresas particulares ou pelo governo ou pela combinação de ambos. O que importa é que a obra ou serviço ocorra de maneira competente e atendendo aos objetivos da coletividade.”

Começo da cobrança

Amanhã, será relembrado o movimento que começou em São Paulo com o alistamento voluntário de grande parte da população. Logo se somaram tropas da Força Pública e contingentes do Exército. A revolução de 9 de julho de 1932 exigia a Constituição prometida e um governo democrático, dois anos após Getúlio Vargas ter chegado à Presidência da República.

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