Já estavam no fundo do poço
“O Congresso Nacional aprovou lei, oriunda do Poder Executivo, com a finalidade específica de resolver os graves problemas financeiros que hoje afetam estados e municípios de todo o país. A expectativa é recuperar a capacidade de investimentos dos governos locais e evitar a crise de insolvência, que atualmente impede que alguns deles tenham sequer condições de cumprir com os encargos de suas folhas de pagamento.”
A notícia parece ser da semana passada. Estão nos arquivos deste colunista desde julho de 1987, quando foi publicada pelos principais jornais do país.
Não tem jeito?
A ajuda do governo federal resolveu o problema de alguns meses. Passados 33 anos, estados e municípios não se reequilibraram. Prova evidente de um desarranjo incurável. Culpa da irresponsabilidade e do costume de empurrar a solução para o próximo governo. Na briga entre o mar e o rochedo, sofre o marisco. Quer dizer, a população que paga impostos altíssimos por serviços precários ou ausentes.
Quebradeira
Desde a década de 1980, os governos estaduais começaram a sacar de seus bancos dinheiro para tapar buracos. Esvaziaram os cofres da maioria, que acabaram privatizados por valores irrisórios. O Banrisul foi um dos poucos a se salvar.
Juntos
Os presidentes do PSL, deputado federal Nereu Crispim, e do PSDB, deputado estadual Mateus Wesp, percorrem várias regiões para consolidar alianças no número máximo de municípios para as eleições deste ano.
Dança das cadeiras
Dá para se falar em continuidade de ações? Nos últimos 25 anos, 18 ministros foram nomeados para comandar a Saúde.
Economia respira
A boa notícia vem da Receita Federal: a emissão de notas eletrônicas, em junho, atingiu a média diária de 23 bilhões e 900 milhões de reais, o maior patamar desde 2020. No mês passado, as vendas apresentaram crescimento de 15,6 por cento em relação ao registrado em maio e de 10,3 por cento na comparação com o mesmo mês de 2019.
Muito pouco
Dados do Tribunal de Contas da União, agora liberados: no ano passado, a despesa no orçamento federal com investimentos foi de 42 bilhões e 500 milhões de reais. No período de cinco anos, esse gasto atingiu 207 bilhões e 400 milhões de reais, valor que representa apenas 1,57 por cento da despesa total empenhada no período.
Quem reclama da disparidade?
Para atrair
A campanha eleitoral em circunstância excepcional faz com que parlamentares deem asas à imaginação. O deputado federal Alexandre Frota, do PSDB de São Paulo, apresentou projeto, permitindo a contratação de artistas para apresentações em plataformas digitais da Internet antes, durante e depois das falas dos candidatos. É um retrocesso para encobrir a falta de propostas sobre temas de interesse público.
Os showmícios estão proibidos desde 2006.
Por baixo do pano
O projeto de Frota limita em 20 mil reais o cachê dos artistas contratados. Aos famosos, que cobram muito mais, nunca se saberemos quanto realmente receberão. Será outro canal para o imperecível caixa 2.
Fim da privacidade
Telefones fixos e celulares não param de tocar. São vendedores ofertando produtos e serviços que não queremos comprar. Muitos dos molestados perguntam sobre os acessos aos números das linhas. Pesquisa da empresa Frost & Sullivan em dezenas de países apontou fato alarmante: 43 por cento dos executivos de empresas admitiram vender informações pessoas que identificam seus clientes.