O vereador que agrediu o cinegrafista da RDC TV não foi cassado por um voto. Eram necessários oito votos e o resultado final foi 7 a 4. A sessão do julgamento aconteceu na manhã deste domingo e lotou as dependências da Câmara Municipal de Nova Santa Rita.
O vereador Eliel Alves (PRTB) respondia por agressão ao repórter cinematográfico Jocemar Silva no dia 3 de janeiro, no centro de Porto Alegre, quando desferiu um soco na vítima e quase derrubou o equipamento. Após ser identificado, foi aberto um processo de quebra de decoro parlamentar.
Dois vereadores da comissão processante votaram pelo arquivamento da cassação. Eles entendem que com o vídeo divulgado na mídia não é possível confirmar a agressão.
Durante o julgamento outro vereador observou que havia uma falha no relatório final onde dizia que houve revide do cinegrafista e as imagens não mostram isso.
O relator do processo é do mesmo partido do acusado pela agressão. “Poderia ter me julgado impedido, eu não pedi. Então eu arquei com o meu ônus. Faz parte do jogo”, destacou o Sargento Mendes (PRTB). Após quatro horas de debates, foi votado o relatório final. Sete vereadores votaram pela cassação e quatro pela absolvição.
Porém, pelas normas da Câmara, era preciso oito votos para cassação, ou seja, dois terços do plenário. Por um voto, Eliel escapou da cassação do mandato. “Não é uma questão de decoro parlamentar. Isso aí é uma situação que tem que responder na Justiça comum”, afirmou Eliel.
Os outros vereadores lamentaram o resultado que pode ter consequências para a liberdade de imprensa. “Eu não compactuo com esse tipo de atitude. Isso abre precedente para que outros possam ser agredidos”, finalizou o vereador Rodrigo Pedal (PT).