O jornalista Carlos Urbim, no livro Os Farrapos, resumiu:

        “Durante 10 anos, parte da população do Rio Grande do Sul ousou enfrentar o Império implantado no Brasil depois de o país se tornar independente de Portugal. Os revolucionários viveram uma saga de feitos, ora trágicos, ora épicos, entre 1835 e 1845. Comparados às estatísticas de tempos atuais, quando o Estado registra quase 10 milhões de habitantes, eles não era tantos. Em 1834, viviam na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul algo em torno de 150 mil pessoas. Na Capital, os porto-alegrenses eram cerca de 15 mil. Mas o punhado inicial de revoltosos cresceu, arregimentou batalhões, envolveu a Província na aventura que durou uma década.

 

      Não mudou muito

    Passados 186 anos do começo da Revolução Farroupilha, o governo federal continua arrecadando impostos numa proporção que penaliza os Estados.

       Contramão

     A ex-governadora Yeda Crusius, que é presidente nacional do PSDB Mulher, declarou sábado, em São Paulo, apoio a João Doria na prévia para escolha do candidato à Presidência da República.

 

       Tesouras bem usadas

1) O anúncio do governador Eduardo Leite, de que vai baixar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, irritou secretários da Fazenda de outros Estados.

2) A anulação do aumento do Imposto Predial Territorial e Urbano nos próximos anos, determinada pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi motivo para críticas da cúpula da gestão anterior.

Estão de parabéns os criticados, que respeitam o bolso da população.

 

         Vale relembrar

O economista norte-americano Arthur Laffer aprofundou conceitos teóricos sobre a relação entre o tamanho da carga tributária e seus resultados para a arrecadação dos governos. Batizada de Curva de Laffer, a teoria mostra que não é possível aumentar infinitamente os tributos, pois em algum momento a receita vai começar a cair.

A maioria dos governos, porém, recusa-se a entender.

 

         Com o dinheiro dos outros 

O último levantamento foi realizado em 2018, mostrando que a frota para atender os ministérios em Brasília tinha 850 veículos com despesa anual de R$ 39 milhões. Outros R$ 15 milhões eram gastos com carros que transportavam autoridades do governo federal que atuam em outras partes do país.

 

        Voar sem pagar

Jatinhos da Força Aérea Brasileira ficam à disposição de integrantes dos três poderes para passarem fins de semana em casa, assistir a jogos de futebol e até fazer cirurgia capilar.

          Contraste

O livro Um País Sem Excelências e Mordomias, de Claudia Wallin, deveria ser obrigatório em cursos de Gestão Pública. Refere-se à Suécia, onde os políticos ganham pouco, andam de ônibus e bicicleta, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como você. Circunstâncias inimagináveis no Brasil.

A conclusão para os desavisados: a Suécia é pobre e nosso país nada em dinheiro…

 

          Palco mundial

       O presidente Jair Bolsonaro falará amanhã, na sessão da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Sexta-feira, revelou que vai “dizer umas verdades sobre o Brasil”. Desde então, surgiram especulações sobre o conteúdo: 1) O Supremo Tribunal Federal proibiu o governo de combater a pandemia, mas foi investido o equivalente a 10 anos de Bolsa Família com o Auxílio Emergencial. 2) O sistema de votação no Brasil é passível de fraudes.

       Depois de Bolsonaro, irá à tribuna o presidente Joe Biden.

 

         Teste das urnas

 O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, está determinado a concorrer ao Senado por Santa Catarina. O Partido Liberal sonha com sua filiação.

        Perderam a bússola

Começará amanhã e terminará na quarta- feira a reunião do Comitê Política Monetária do Banco Central. A expectativa do mercado é de que será anunciado o quinto aumento consecutivo da taxa anual de juros, atualmente em 5,25 por cento. Há economistas que consideram necessária elevação de 1 por cento para combater a inflação. Estão equivocados.

 

         Deixam para última hora

A lei eleitoral brasileira tem uma garantia:  pode ser alterada até um ano antes das eleições. O prazo se encerrará em duas semanas. Torna-se o modo de evitar casuísmos. Os parlamentares em Brasília deixaram passar o tempo e só agora atropelam a votação do pacote. Esta semana, a Câmara dos Deputados aprovou medidas escandalosas. Por exemplo: voltará a ser permitido o transporte de graça de eleitores, de suas casas aos locais das urnas. Claro que haverá privilégio dos candidatos que têm dinheiro para pagar ônibus e automóveis, condicionando o voto dos que receberão o favor.

 

       Cenário para confusões

No dia da eleição, poderá haver propaganda de boca de urna, comícios e carreatas. Até agora, as iniciativas eram consideradas crimes eleitorais. No ambiente cada vez mais acirrado, podemos prever como será o dia 2 de outubro de 2022 nas ruas. Sem bocas de urnas, carreatas e comícios, havia calma e tranquilidade nas últimas eleições. Deputados federais querem confusão.

 

       Pontos corrigidos

Existem aspectos positivos nas mudanças:

1)  debates eleitorais em rádio e TV, só com a participação de candidatos de partidos que tenham, no mínimo, cinco deputados federais. O excesso de participantes leva a respostas de dois minutos. Quer dizer, não esclarece nada.

2)  Pesquisas eleitorais poderão ser divulgadas até a sexta-feira que antecede o domingo das eleições. Medida  correta. Influenciam, sabendo-se que muitas são manipuladas por institutos inescrupulosos.

 

         Mesmo passo

O passo seguinte: a votação no Senado do que chamam de minirreforma eleitoral. A tendência é que confirmem o texto aprovado na Câmara dos Deputados.

 

        Tesoura vai funcionar

O Projeto de Lei 3203/21, do Poder Executivo, prevê a redução de R$ 22,4 bilhões de benefícios fiscais até 2026. Objetivo do governo federal: diminuir o patamar dos subsídios para até 2% do Produto Interno Bruto no prazo de oito anos. Os subsídios tributários concedidos pela União atingiram R$ 320,7 bilhões em 2020, o que representa 4,31% do PIB. O corte era uma das exigências para permitir a prorrogação do auxílio emergencial.

 

         Falta explicar

Os benefícios fiscais são necessários para muitos setores que geram empregos e promovem o desenvolvimento. Porém, falta transparência. Há muitos anos, as concessões se mantêm como segredo. Não há explicação para ocultar valores que deixam de entrar nos cofres públicos.

 

         Antes que seja muito tarde

Com os déficits costumeiros, o Ministério da Economia pôs em execução o leilão de imóveis do governo federal no Rio de Janeiro. Desde que deixou de ser a capital federal, em 1960, prédios usados pela máquina administrativa foram alugados por preços irrisórios, invadidos ou ficaram vazios. A medida precisa se estender a outras capitais. O problema é que a União não tem o levantamento completo de seus imóveis.

 

        Em alta

O mercado de veículos pesados, abrangendo caminhões e ônibus, encolheu 16,7% em 2020. Está crescendo 32,6% este ano, com a recuperação da economia e o grande avanço da safra agrícola.

   

       Vivendo e aprendendo

       Para os que não se elegem, o repertório de frases dos assessores de marketing é invariável: “Lembre-se que podia ser pior.” Outra: “Aprenda a sorrir diante dos obstáculos.” Mais uma: “Tire sempre partido de suas derrotas.”

 

        Olhando por dentro

Pete Joseph Souza foi o fotógrafo oficial da Casa Branca nas gestões de Ronald Reagan e Barack Obama. O diretor de cinema Dawn Porter se entusiasmou com o que ele tinha a contar. Resultou no filme Um Outro Olhar, que consta do catálogo do Telecine.

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