Uma escola na Zona Sul de Porto Alegre oferece apoio a crianças e adolescentes com deficiência dos 0 aos 21 anos de idade. Contudo, ao atingir a idade máxima, os alunos não podem mais ficar na instituição porque a entidade carece de recursos necessários.
O Educandário São João Batista existe desde 1939. Inicialmente, a entidade beneficente foi criada para atender crianças portadoras da poliomelite. Hoje, a instituição atende jovens com deficiências múltiplas através da educação e de exercícios para desenvolver a aptidão física.
“Hoje o objetivo maior é abrir janelas para o mundo, os nosso projetos tornam possível o acesso do aluno ao cotidiano social. Funciona como um estímulo para que busquem a garantia da acessibilidade nos demais lugares da sociedade”, diz a coordenadora pedagógica, Viviane Faria.
O Educandário tem como fonte de verba doações voluntárias, parcerias e o Funcriança, um fundo proveniente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A instituição atende cerca de 150 crianças nas clínicas, sendo 34 alunos da escola.
Ao atingir os 21 anos, o aluno passa por uma formatura simbólica de despedida para fechar um ciclo dentro da escola. A ideia da instituição era conseguir continuar apoiando os jovens adultos após essa fase, porém a falta de recursos impossibilita que isso aconteça.
“A estrutura do Educandário tem capacidade para atender no mínimo 300 crianças, o problema são os recursos para operacionalizar este atendimento. Nós temos convênio com a FASC (Fundação de Assistência Social e Cidadania), mas eles possibilitam o atendimento a apenas 110 crianças até os 18 anos, e nós optamos por estender até os 21 anos. Então, a gente precisa de outras fontes de recursos para bancar essa diferença de três anos”, explica o presidente do Educandário, José Ronaldo Leite.
Além das aulas, o Educandário São João Batista oferece fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Contudo, isso tudo pode acabar da noite para o dia na vida de quem precisa. Este é o caso de Gabriel e sua mãe que convivem com a escola há 19 anos.
“Estamos nos despedindo este ano, infelizmente. Já pesquisei lugares para depois, mas não vou colocar meu filho em nenhum. Ele ficará comigo em casa, e eu como pedagoga darei aula para ele. Pois eu prefiro isso para evitar estresse, que colegas dele passaram quando saíram da escola”, relata a mãe de um dos alunos formandos, Jaqueline Andrade Meurer.
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