O recurso que deveria ajudar os empresários acaba virando mais uma dor de cabeça. É o caso das pessoas que pediram auxílio a bancos, como o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), mas foram impedidos pelos entraves burocráticos.

Sem capital de giro, empresas de médio e pequeno porte fecharam aos montes em Porto Alegre, ao longo dos cinco meses de pandemia. Os decretos impostos pela prefeitura e a discordância entre prefeito e Governo do Estado acentuam ainda mais a crise econômica.

O pequeno comércio sofreu com a pandemia. Enquanto empresas como supermercados tiveram permissão para trabalhar, o comércio local teve que se virar como pôde. É o caso do proprietário de uma floricultura, Sérgio Cabreira, no bairro Bom Fim, que foi atrás de verba para colocar as contas em dia, mas não conseguiu liberação, embora estivesse com os documentos em dia.

“Tenho um relacionamento com o Banrisul desde 1996, mas não foi o suficiente. Preenchi todos os requisitos e não tinha dívidas, mas, mesmo assim, não consegui o crédito. Não conheço ninguém que tenha conseguido o crédito também, dos meus conhecidos. A burocracia atrapalha”, afirma.

O empreendedor diz que a resposta do banco é o esgotamento rápido da verba que seria destinada aos empresários, mesmo que, no seu caso, já tivesse efetuado cadastro. Ele também acredita que os bancos estejam selecionando demais os empresários para quem destinarão os recursos, situação que se repente para muitos outros lojistas.

A alternativa foi buscar ajuda em outros bancos, privados, e tentar garantir o mínimo para melhorar o capital de giro, investir em produtos e beneficiar o negócio. Cabreira buscou, então, a Caixa Econômica Federal e, no momento, após ser aprovado, aguarda a liberação do crédito.

Auxílio é essencial para empresários de pequeno e médio porte

O proprietário da floricultura foi mais um dos empresários que sofreu com todos os lockdowns. O segmento se alimenta, principalmente, de outros setores e se aproveita da sazonalidade. “Agora não tem casamentos e formaturas, por exemplo, e isso diminui a rentabilidade de forma drástica”, completa.

Sendo uma empresa familiar, o estabelecimento não sofreu com demissão ou perda de pessoal, mas o trabalho foi prejudicado. “Continuamos trabalhando por Whatsapp e Take Away, mas nossa renda diminuiu e os custos permaneceram”, afirma.

* Até o fechamento desta matéria, o Banrisul não retornou à solicitação de posicionamento.

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