A conquista da liberdade econômica no País reacendeu um debate que restava adormecido havia algum tempo no cenário empresarial brasileiro: presentes em 100% dos municípios e ligados diretamente ao cotidiano dos consumidores, os supermercados querem, a partir de argumentos solidamente justificados e tendo a maioria da população como sua aliada, comercializar medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) em suas gôndolas em todo o território nacional.

 

As farmácias de todo o Brasil já comercializam – com o apoio dos supermercadistas – cada vez mais itens de higiene, beleza, alimentação e produtos para pets em seus estabelecimentos. Assim como defendemos esta liberdade econômica para as farmácias, queremos oportunizar aos consumidores que adquiram, sem qualquer restrição, produtos como antitérmicos, analgésicos e digestivos nas lojas de supermercados. Afinal, estes medicamentos já estão ao alcance das mãos dos consumidores brasileiros no autosserviço das farmácias, sem necessidade de atendimento por farmacêuticos. Estes mesmos MIPs também são comercializados por televendas e pela internet – e não há notícia de que o farmacêutico acompanhe o entregador, na garupa de sua moto, para que o consumidor tenha acesso a tais produtos.

 

Entre 1994 e 1995, quando os supermercados receberam autorização para comercializarem os MIPs, estes produtos ficaram em média 35% mais baratos em todo o Brasil, e o número de intoxicações pelo mau uso destes itens não cresceu no período. Mais que uma questão mercadológica, a liberação dos MIPs em supermercados interessa, portanto, à saúde pública, já que mais de 200 municípios brasileiros não dispõem de farmácias – e muitos têm apenas uma loja concentrada na zona central da cidade ou próxima a hospitais e centros médicos. Não há mais espaço para corporativismo e para reservas de mercado no Brasil: enquanto as autoridades competentes comprovarem que não há malefícios na venda de medicamentos simples em supermercados, lutaremos por esta liberação. Pelo livre mercado. E pela defesa irrestrita de nossos consumidores.

 

Texto: Antônio Cesa Longo

Foto: Reprodução/Pixabay

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