| Alice Ros

Em entrevista ao Portal RDC desta terça-feira (13), André Cecchini (Patriota), candidato a vice-prefeito da capital, discutiu as propostas de governo da coligação “Porto Alegre Somos Todos Nós” para a chapa com José Fortunati (PTB), candidato à Prefeitura de Porto Alegre.

Médico neurocirurgião e ex-superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Cecchine afirmou que a “experiência de estar do outro lado do balcão vendo como funciona o sistema de saúde” será um elemento diferencial da gestão. 

O candidato também ressaltou estratégias para a distribuição da vacina de Covid-19 e projetos para implementar escolas em turno integral.

Plano de governo

Segundo André Cecchini, as ações da chapa estão baseadas em “queixas crônicas que a cidade já tem e não resolveu”. Entre os problemas em questão, o candidato enfatizou o atraso de consultas médicas e cirurgias por conta da pandemia, alertando que os cancelamentos contribuíram para saturar o sistema de saúde. 

Cecchini disse ser “convocado para gerir a saúde pública de Porto Alegre” e apontou que o diálogo será determinante para melhorar a qualidade dos serviços de atendimento à população. 

Combate à pandemia

“A pandemia pegou todos nós de surpresa. A doença demorou para chegar no Rio Grande do Sul. Deu tempo para o sistema de saúde se preparar, não só na criação de leitos de UTI, mas na forma de atender a doença”, classificou o candidato a vice-prefeito.

Para Cecchini, o fechamento do comércio foi uma decisão precipitada. “Não tínhamos o entendimento que temos hoje de bandeiras e leitos de UTI. Talvez olhando para trás, poderíamos ter liberado o comércio, os restaurantes, as escolas em um tempo um pouco mais prolongado, sem maior risco”, disse.

Como planejamento para os próximos meses, caso eleito, o candidato pretende proteger os grupos de risco e “não baixar a guarda”. Sobre as ações de combate à Covid-19 na capital, Cecchini alerta que “esperaria um pouquinho mais para desfazer serviços que foram criados, de triagem e hospitais”, colocando como exemplo a segunda onda de contágio na Europa.

“Minha obrigação como médico é imaginar que não estamos livres dessa doença”, indicou.

Vacina de covid-19

De acordo com Cecchini, a chapa está elaborando um plano de ação que inclui medidas para a distribuição da vacina de Covid-19. 

“Esse plano vai estar pronto nos próximos meses. A gente vai oferecer para quem ganhar. Não estamos interessados em fazer plano para pauta, é um plano para Porto Alegre”, disse o candidato. 

A proposta de vacinação busca priorizar profissionais da saúde e integrantes do grupo de risco. Cecchini afirmou que a capital precisa de um “planejamento para receber e fornecer as vacinas”, pois, segundo o candidato, ainda não há indicativos que garantam que o governo federal forneça o imunizante para toda a população. 

“Não adianta vacinar Porto Alegre e não vacinar o entorno [dos municípios]”, ressaltou. 

Saúde

Um dos pilares defendidos pela chapa é fortalecer os postos de saúde. Para isso, o candidato promete fiscalizar o recebimento e a distribuição de medicamentos, assim como a marcação de consultas e procedimentos.

As medidas, segundo Cecchini, terão efeito a longo prazo. “Tem que ter um sistema de saúde robusto. Hoje, a gente tem que tratar para ter um benefício disso ao longo dos anos”, disse.

O candidato ainda citou o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) como um dos alvos de melhorias, para “atualizar a gestão do HPS. Ela pode ser aperfeiçoada. Fazer do HPS um exemplo de boa gestão”. 

Com as modificações no sistema de saúde, André Cecchini estima firmar um “pacto com os funcionários da saúde que estão com a autoestima um pouco baixa”.

Educação

“De fato, se o salário dos professores fosse suficiente para mudar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), ele seria muito melhor”, disse Cecchini sobre a remuneração de professores municipais.

O plano de governo de André Cecchini e José Fortunati propõe escolas em turno integral para diminuir a criminalidade na periferia. A proposta projeta “disputar o aluno com o traficante. Ele [aluno] não vai ficar sozinho em casa. Vai ficar na escola com a gente para fazer o contraturno. vai fazer atividades de esporte, de casa, complementação de atividades”.

Além de incentivar a participação de pais no ambiente escolar, o candidato acredita que as escolas em turno integral devem suprir carências da comunidade. “Tem que dar o lanche da tarde, e talvez até a janta”, afirmou.

Para cumprir as promessas na educação, Cecchini indicou que a chapa utilizará 25% do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo o candidato, não se trata de propor melhorias. “É uma obrigação. Vamos ter que tirar dinheiro para cumprir a lei’, justificou.

“A gente não vai fazer nada, a gente vai fazer o que ele [José Fortunati] já fez. A pauta da educação é muita cara para ele’, pontuou. 

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