O Brasil assiste a uma CPI que em artigo anterior aqui eu chamei de CPI da vergonha. O princípio básico para alguém julgar é a imparcialidade. Qual a imparcialidade do senhor Renan Calheiros? Um segundo quesito deveria ser a moral do julgador. Bem, aí nem precisamos falar. Nesse circo de horrores em que a cada momento os cristais do direito são estilhaçados, vem a baila a compra da vacina da Pfizer no ano de 2020. Deveria o governo federal ter comprado ou não? Em primeiro lugar é preciso registrar que a fábrica que está pronta hoje no RJ (na FIOCRUZ) começou a ser trabalhada ainda em junho de 2020, ou seja, o Brasil optou então pela produção nacional.

Do mesmo modo, embora Dória diga que não, o desenvolvimento da CoronaVac foi pago pelo ministério da saúde. Outra questão, inédita nesta triste quadra histórica, é que é a primeira vez na milenar existência da humanidade que se produz uma vacina a toque de caixa, e sem as testagens que historicamente se deve fazer. No passado as vacinas levavam 10 anos. A da COVID19 teve que ser aprontada em 6 meses – e o teste está sendo feito com as coisas andando. Voltemos a esta vacina da FIOCRUZ, a AstraZenica, agora proibida para gestantes por suspeitas de efeitos colaterais sanguíneos: a Europa já havia interrompido há 60 dias a vacinação, e depois a retomou.

A história deve ser contada no seu tempo e na sua circunstância. Em 2020 nenhuma certeza havia senão a de que estávamos diante de uma pandemia.

E se um governante inocula uma vacina sem as devidas cautelas e de repente começam efeitos colaterais imprevistos, ele seria responsabilizado? Muitos lembram da talidomida. Impor ao comprador também condições contratuais leoninas numa compra de muitos bilhões de dólares, não é algo que se possa exigir que seja tratado de forma precipitada, sem todas as reservas necessárias.

A não ser para politicagem, as acusações que hoje se vêem, não são sérias.
Sim, existem narrativas, adjetivos (como genocida) e muitos mortos (afinal é tristemente uma pandemia viral).

Para tirarem um presidente eleito do poder seria necessário mais que relator com dezenas de processos, partidos de extrema esquerda e uma imprensa que todos vêem mais como militância política do que como verdadeiramente jornalismo.

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