| Lívia Rossa e Yasmin Luz |
O programa Portal RDC desta segunda-feira (26), sob o comando do jornalista Claudio Andrade, apresentou debate entre os candidatos a vice-prefeito de Porto Alegre. Os onze postulantes participaram, de forma online. Em mais de três horas, eles falaram suas propostas, indagaram adversários e fizeram suas considerações.
Bem como no primeiro bloco, a candidata Carmen Santos comunicou que não poderia participar do debate por questões de conexão. Os candidatos que perguntariam para Carmen tiveram o tempo resultante do somatório dos minutos em cada embate para comentário de tema livre. A matéria publicada pela RDC TV em relação à primeira parte de debate já está disponível em nosso site.
O segundo período foi marcado por questões como a despoluição do lago Guaíba, emprego e renda, saúde pública, transporte coletivo e valorização da zona rural de Porto Alegre.
Confira abaixo os principais pontos do segundo bloco:
Gustavo Jardim pergunta para Alda Miller
Pergunta: durante muito tempo Porto Alegre ficou de costas para o Guaíba. Não se fazia investimento sobre esse grande ativo que nós temos, que os porto alegrenses adoram. Queria saber o seu posicionamento, como seu governo vai atuar no embelezamento da orla?
Resposta: o Guaíba é um ponto mito forte no nosso programa. Mas pela despoluição dele, não anto pelo embelezamento. Queremos buscar recursos porque aqueles que tínhamos perdemos porque não foi feito nada. Falta arvore na orla da Guaíba, assim como têm sido derrubadas arvores na cidade. Despoluir o Guaíba é saúde, é meio ambiente, e proteger e plantar arvores. Essas parcerias, terceirizados, que vão derrubando arvores centenárias todos os dias, não é possível que continue. E o Guaíba precisamos de saúde nessa cidade, precisamos despoluir.
Réplica: a nossa ideia é olhar para o Guaíba, olhar para essa beleza que nós temos. Em um primeiro momento fizemos a orla 1, que no primeiro mês tivemos 200mil pessoas visitando. O portal tinha licenciamento pendente desde 1995. Queremos que os espaços públicos sejam otimizados, para que os cidadãos consigam usufruir, com uma estrutura pública. Pegamos um governo efetivamente quebrado, lapidado nas suas finanças.
Tréplica: de fato a orla ficou bonita, mas despoluição na agua é amis importante que caminhar em lajes, asfaltos. Onde estão as arvores? Queremos junto com a população com educação ambiental romper isso.
Márcio Chagas – tema livre devido à ausência de Carmen Santos
Em relação aos defensores do mito da meritocracia. Uma das poucas oportunidades que os filhos da pobreza têm ainda é através do esporte. Mas como desenvolver esporte nas praças e quadras da nossa cidade que estão extremamente abandonadas?
Quando passo pelos parques observo que o matagal ultrapassa minha altura. O descaso não é de agora. Ele já vem sendo feito há muito tempo. A Secretaria do Esporte foi extinta e não se tem mais trabalhos nos centros comunitários e nas praças para desenvolver e não deixar que outros convites sejam feitos para essa juventude periférica.
Ricardo Gomes pergunta para Marcio Chagas
Pergunta: Como produzirão emprego e renda na cidade já que o Psol tem ojeriza do empresário e do grande negócio porque entende que a relação de trabalho é uma exploração?
Resposta: O Psol não tem ojeriza, mas um compromisso com a população de cobrar dos grandes, que são os grandes devedores da cidade. Hoje Porto Alegre tem mais de quatro mil imóveis de luxo inadimplentes. A ojeriza não é em relação a quem se desenvolve. Gostaríamos que todas as pessoas tivessem a mesma chance de se desenvolver, esse seria um princípio do socialismo para que pudéssemos equiparar no nosso país. E a desigualdade só reforça uma questão, da violência, da segregação e faz com que a gente tenha duas Porto Alegres na mesma cidade.
Réplica: Onde as ideias socialistas governaram o que aconteceu foi a destruição do investimento e da valorização da propriedade, desincentivo a produzir emprego e renda, as ideias no papel funcionam, mas quando o socialismo é posto em prática ele produz miséria. Tanto que estão fugindo da Venezuela e não para a Venezuela. O Psol já se arrependeu de ter apoiado o [Nicolás] Maduro?
Tréplica: Esse neoliberalismo nada mais é do que um oportunismo. Porque quando eles quebram recorrem ao Estado, só que quando o pobre recorre ao Estado se diz que há um inchamento, que não tem de onde tirar o dinheiro. Essa defensoria frequente de que o Psol é socialista e o socialista quer fazer com que se acabe com um município e um país, nada mais é do que uma falácia.
Delegado Diogo pergunta para Fernando Soares
Pergunta: falou sobre crimes e carreira na polícia.
Resposta: já que o tema é sobre segurança pública, vamos reinstalar o gabinete de ação integrada e integrar as forças estaduais e federais. Vamos voltar com os foros de segurança pública. Queremos dialogar com a comunidade. Temos que ter uma rede de proteção ao mais vulneráveis, vamos atuar fortemente com uma rede de proteção. O tema de segurança pública é um grande tema e tem que ter pessoas experientes. Temos que ter segurança especial com jovem e adolescente.
Réplica: vamos ter medidas preventivas, a fim de evitar que o crime aconteça. Aumentar as câmeras, criar o grupamento de vigilância aérea, para proteger alunos e professores de criminosos. Formando uma grande rede de segurança
Tréplica: destaco ainda que nossos jovens e adolescentes e questão de segurança, saúde pública e educação, temos que ter atenção especial. Temos que ter contra turno tem que reativar o esporte nas praças, para salvar vidas, podemos salva vidas dos jovens com uma prefeitura trabalhando tecnicamente e abrindo espaço para essa gurizada.
Alda Miller pergunta para Ricardo Gomes
Pergunta: Questão da Mina Guaíba, Pró-Guaíba e cabeamento subterrâneo de Porto Alegre. Porque não aconteceu antes?
Resposta: A Mina Guaíba precisa ser analisada com todos os cuidados porque somos a favor do desenvolvimento econômico, mas se isso resultar na poluição das águas do Guaíba, é inaceitável. O pró-Guaíba e o manejo hídrico de Porto Alegre precisam de investimento, não só para manutenção da qualidade de água, mas também para que haja novas captações de água porque há bairros inteiros que ficam sem água.
Réplica: O que nos causa surpresa é porque isso aconteceu, passando pela gestão do Melo, inclusive. Com recursos da Copa jorrando por aí, como que não fizemos a despoluição do Rio Guaíba. Ele precisa mais do que manutenção, ele precisa ser despoluído. A Mina Guaíba será um impacto negativo que vai colocar em risco Porto Alegre toda.
Tréplica: Jogar sobre Sebastião Melo a culpa da poluição do Rio Guaíba me parece um pouco demais. Asseguro que a água do Guaíba é resultado de uma série de questões que não começaram há poucos governos. Dizer que não foi despoluído por culpa de uma pessoa é um exagero.
Fernando Soares pergunta para Profª Maria Luiza
Pergunta: Porto Alegre é uma das piores cidades do Brasil na área de saúde. Prefeito não dialogou, fechou empresas e não abriu hospitais. O que fazer para diminuir as filas de atendimento de saúde em Porto Alegre.
Resposta: É importante fazermos investimento em educação. Uma das metas é de quando chegar a vacina sanar 100% da população. Criar postos estratégicos para vacinação, em escolas, em parques. Assim otimiza e não sobrecarrega o sistema dos postos e dos hospitais.
Réplica: Vamos investir na UPAs para ter o maior número de especialistas. Vamos fortalecer as equipes da família e não será terceirizada. O médico da família deve dar prosseguimento e faremos convênios com clínicas particulares para realização de exames fora do expediente.
Tréplica: com a terceirização da saúde nós acabamos investindo mais do que o dobro do que gastávamos com os servidores públicos que faziam esse trabalho.
Miguel Rossetto pergunta para Edelberto Mendonça
Pergunta: Porto Alegre já foi referência em transporte coletivo, fomos capital com melhor sistema. Porto Alegre tem a passagem mais cara e um péssimo serviço. Qual sua opinião para superar esse problema grave?
Resposta: tem que ser estudada por pessoas especialistas e engenheiros. Mesmo que não se possa pensar em pedágios, podemos privilegiar o coletivo, através de valores adequados. Me chama atenção dos empresários de ônibus não estarem satisfeitos com o valor, mas não desistem. Estamos pensando na população que é o que precisa ser feito. No interesse comum e interesse público.
Réplica: tem que pensar a partir do transporte da população, é preciso melhorar a oferta de linhas nos bairros. Precisa pensar sistema com ônibus elétricos. Ampliar investimentos nas ciclovias, ter atenção nas calçadas. A prefeitura retomando a gestão pública e a carris sendo valorizada.
Tréplica: alguns candidatos falam na privatização porque precisa autorização e rodrigo Maroni não permitirá a privatização da Carris, é um braço social do executivo muito importante. A carris é importante e cara para ser entregue a empresários de uma hora para outra sem razão.
André Cecchini pergunta para Del.Diogo
Pergunta: Quais seus planos para a zona rural de Porto Alegre?
Resposta: Entendemos que o cinturão verde em volta do município de Porto Alegre temos uma área muito boa para plantio. A zona rural é extremamente importante. Pretendemos fazer trabalho e desenvolver locais onde a produção agrícola seja encaminhado para um local em Porto Alegre onde será efetuada a venda das verduras, legumes e frutas.
Réplica: Nosso plano dá atenção à zona rural de Porto Alegre esquecida. Não é uma parte desprezível. Desenvolver a zona rural é desenvolver o comércio, a agricultura, o turismo da cidade.
Tréplica: A regularização fundiária é um projeto nosso que queremos resolver a área urbana e a área rural. O cinturão verde é extremamente importante tendo em vista a produção agrícola. É uma área muito mal aproveitada em Porto Alegre.
Doutor André
As propostas se repetem, de como resolver a cidade, como entender a cidade. O que está em jogo nessa eleição? Ninguém tem um coelho na artola, são propostas parecidas. Está em jogo solução da cidade em ideologias per concebidas. A esquerda propõe uma maneira de intervenção, mais corporativa. A direita oferece soluções a partir do mercado, do capitalismo, contradições. A sabedoria está no meio, nem direita, nem esquerda. O que vai resolver é a intermediação desses problemas através de diálogos. Porto alegre precisa de uma intervenção imediata do estado. Um porto alegre que necessita espaço para produzir, gerar riqueza e rende. Nesse momento porto alegre não precisa de uma nova experiência, precisa de uma experiência de quem já sabe, quem geriu porto alegre.
Edelberto Mendonça pergunta para Gustavo Jardim
Pergunta: Quais as ferramentas que imaginas para conter o déficit orçamentário grande na cidade de Porto Alegre.
Resposta: Na verdade, já fizemos. Herdamos do governo anterior uma dívida de R$250 milhões apenas de pagamentos de dívidas correntes. Recebemos uma prefeitura absolutamente endividada. As contas, quando vemos outros candidatos, é sempre em redução de impostos e ampliação de serviços. Nenhum deles toca num assunto importante que são as parcerias público-privadas que fizemos. Se os recursos são escassos temos que dar à população serviços de qualidade. O governo Marchezan passou três anos pagando as contas da irresponsabilidade de governos anteriores.
Réplica: o primeiro passo é tratar com seriedade o orçamento. Quando se fixa a despesa e se estima a receita tudo tem que ser feito com seriedade e correção. Estamos sempre com problema de déficit de uma forma ou outra, há sempre um desiquilíbrio. Isso é falta de gestão.
Tréplica: a gestão pública e as finanças públicas têm que ser tratadas com muita responsabilidade, inclusive por isso já zeramos o déficit. Nosso déficit hoje não existe, temos condições de investimento. E se faz gerindo o dinheiro público com responsabilidade.
Profª Maria Luiza pergunta para Miguel Rossetto
Pergunta: Qual avaliação da educação no município de Porto Alegre?
Resposta: Avaliação muito crítica. Vamos retomar esse tema central. A educação está sendo desqualificada, a escola virou espaço de agressão à comunidade escolar. Há uma desorganização completa da rede. A forma irresponsável como o atual prefeito busca exigir o retorno presencial é um exemplo disso. Temos uma rede que já foi referência mundial de qualidade. Precisamos investir na escola municipal, inclusão digital, capacitação permanente dos professores. Criar condições para que os alunos mais carentes possam continuar nas escolas e uma renda de no mínimo R$100 para as crianças mais carentes.
Réplica: Precisamos ampliar o horário de funcionamento das redes. Precisamos de creches noturnas para as famílias que trabalham. Programa municipal de educação integral. Queremos um fortalecimento e formação técnica da gestão. A instrumentalização da rede municipal com tecnologia. Queremos um programa de ensino técnico. Queremos a retomada das obras que precisam ser retomadas.
Tréplica: De acordo com todas as propostas. O fracasso do ensino à distância nesses últimos meses dá conta do que precisamos fazer: levar inclusão digital, qualificação da nossa rede e valorização de professores e professoras e uma gestão com toda a comunidade escolar.