O Ministério Público apresentou um recurso pedindo aumento de pena para o médico Leandro Boldrini, condenado pela morte do filho, Bernardo Uglione Boldrini. Os promotores entendem que a punição de 31 anos e oito meses de cadeia foi branda, dadas as características do crime. O documento foi entregue na última terça-feira (02), junto com uma manifestação contra o novo pedido de nulidade suscitado pela defesa.
Os advogados de Boldrini pedem que o juri que aconteceu terminou no dia 24 de março seja anulado, argumentando que um dos jurados não seria imparcial. A alegação tem base em postagens feitas pelo membro do juri ter feito publicações em redes sociais, cerca de nove anos antes do julgamento, em 2014, quando o crime ganhou repercussão midiática.
Para o Ministério Público, a anulação não se justifica porque as publicações não falam sobre o processo, apenas sobre as notícias. Ainda conforme a acusação, o se o jurado tivesse má fé no processo, teria apagado as postagens e o único envolvido no processo que teve acesso ao perfil era um dos integrantes da defesa.
“É diligência básica para a boa atuação perante o Tribunal do Júri a realização de pesquisas preliminares sobre os jurados que poderão ser sorteados para compor o Conselho de Sentença. A lista é publicada com antecedência precisamente para essa finalidade. O nome do jurado que fez as publicações acerca de notícias do caso na internet era do conhecimento da acusação e da defesa desde o dia 15 de fevereiro de 2023 – 32 dias separaram a divulgação de seu nome da data em que ele seria sorteado, tempo mais do que suficiente para que eventual suspeição ou impedimento fosse adequadamente verificado”, comentou o promotor de Justiça Miguel Germano Podanosche.