Ciro Gomes anunciou ontem a suspensão de sua candidatura à Presidência da República pelo PDT. Motivo: parte da bancada do partido votou a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios, aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados.

O que prefere

A PEC dos Precatórios permite adiar o pagamento de dívidas do governo federal  reconhecidas pela Justiça e sem chance de recursos. O objetivo é abrir espaço no Orçamento para viabilizar o pagamento do programa social Auxílio Brasil, que vai suceder ao Bolsa Família. Ciro não quer ajudar os carentes.

Inquieto

Em 2022, Ciro completaria 20 anos desde a primeira tentativa de se sentar na principal cadeira do Palácio do Planalto.

Com a ruptura, deverá deixar o PDT, mas não será difícil encontrar outro partido. Começou a carreira no PDS, passando por PMDB, PSDB, PPS, PSB e Pros, até aportar entre os trabalhistas.

Entenderam o problema

Não foi só o PDT. Deputados federais do PSDB, do PSB e do Podemos, opositores do governo, votaram a favor da emenda constitucional que favorece os pobres.

Pouca munição

O que o Tribunal Superior Eleitoral tem até agora para estancar a influência das redes sociais com notícias falsas durante as campanhas? Só um discurso com ameaças, nada mais.

Ônus e bônus

Editorial do Diário do Comércio, de Belo Horizonte, ontem, comentou a mudança de nome do Facebook e do Google:

“Tudo isso, muito provavelmente, uma tentativa de apagar o passado, em que pesam sobre as duas empresas acusações pesadas, de manipular e controlar informações, num monopólio incompatível com a liberdade e a democracia, agravada pelo fato de ajudar a propagar discursos de ódio, violência étnica e falta de transparência de seus algoritmos, segredo até agora muito bem guardados e que significa, na prática, controle e direcionamento da informação.”

Sem superficialidade

Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, recorre à definição do Dicionário da Língua Portuguesa: “Renúncia, no campo jurídico, corresponde ao abandono ou desistência voluntária de um direito pelo seu não exercício.”

Não há renúncia diante de uma obrigação, ao se referir às isenções fiscais. Quando teremos uma CPI no Congresso Nacional para tratar com profundidade e conhecimento do tema?

Foge à regra

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, contrariando o hábito dos antecessores, mantém-se distante do noticiário policial e das prisões, desde que assumiu, em agosto de 2020.

Diferença

Dados do Censo da Educação Básica mostram que, em 2020, em torno de 12% dos estudantes brasileiros matriculados no Ensino Médio se dedicavam, também, à formação profissional. Fica bastante distante de países como a Finlândia, por exemplo, onde mais de 70% finalizam a educação básica incluindo a modalidade técnica. Preparam-se para entrar no mercado de trabalho, realizando seus projetos e não ficando na marginalidade. Em muitos países da América Latina, a ideologia condena a orientação.

Questão de prioridade

A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, acordos do Brasil com o Vietnã. Um regula os voos comerciais regulares entre os dois países. O outro trata do transporte marítimo. Muito bem e nada contra. Porém, sobre a reforma tributária, que simplificaria o complicado sistema e diminuiria a sonegação, nenhum sinal.

A propósito, desde 1º de janeiro deste ano até às 7h da manhã de hoje, a sonegação no País atingiu RS 529 bilhões e 423 milhões. Registro do site quantocustaobrasil.com.br. Não é motivo para dar urgência à reforma?

Há 25 anos

A 5 de novembro de 1996, o ministro da Saúde, Adib Jatene, pediu demissão, inconformado com a traição e o desprezo com o setor. Em janeiro de 1995, o cirurgião cardiovascular deixou sua clínica para assumir o cargo. Diante da falta de recursos no orçamento, empenhou-se na aprovação da lei que criou o imposto sobre o cheque, apelidado de Contribuição Financeira sobre Operações Financeiras (CPMF).

Tudo tem limite

Jatene percorreu gabinete por gabinete, empenhando sua palavra com senadores e deputados federais, de que o dinheiro arrecadado com a CPMF ajudaria muito a salvar vidas. Depois da aprovação, o Ministério da Fazenda começou a trancar as liberações. Irritado com o boicote, protestou até se cansar.

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